
A Polícia Federal instaurou nesta quinta-feira (18) um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para investigar a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. A medida foi tomada após representação apresentada pelo deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP), que pediu apuração por supostos crimes contra a soberania nacional e o Estado Democrático de Direito.
Em publicação nas redes sociais, Boulos comemorou a decisão. “Grande notícia! A Polícia Federal aceitou nossa representação e abriu processo para demitir Eduardo Bolsonaro do cargo de escrivão por traição à pátria. Eles blindam de um lado, a gente vai pra cima de outro!”, escreveu o parlamentar.
Eduardo Bolsonaro é escrivão da PF e está licenciado para exercer o mandato parlamentar. Caso o processo avance, ele pode ser punido com advertência, suspensão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou até demissão. Em caso de demissão, a Lei da Inelegibilidade prevê a perda do direito de se candidatar por oito anos.

No pedido encaminhado à PF, Boulos argumentou que Eduardo cometeu crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação sobre organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e crimes contra a soberania nacional. O processo tramita em sigilo na Corregedoria.
O deputado do PL está nos Estados Unidos desde fevereiro. Segundo ele, a viagem tem como objetivo buscar apoio junto ao presidente Donald Trump em defesa de uma anistia para investigados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e articular sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Se for concluído, o processo pode abrir caminho para a maior punição administrativa da PF contra um servidor. Eduardo Bolsonaro ainda não se manifestou oficialmente sobre a abertura do PAD.