Os bastidores da suspensão do programa de Jimmy Kimmel após a pressão trumpista

Atualizado em 19 de setembro de 2025 às 6:22
Jimmy Kimmel em seu talk-show na ABC. Foto: New York Times

O apresentador Jimmy Kimmel teve seu talk show suspenso por tempo indeterminado após declarações sobre a morte do extremista Charlie Kirk. A decisão foi anunciada por executivos da Disney e da Nexstar, que detém afiliadas da ABC News.

Na segunda-feira (15), Kimmel afirmou em seu programa que “a turma do Maga está desesperada para caracterizar esse garoto que matou Charlie Kirk como qualquer coisa que não seja um deles”. A fala provocou reação do presidente da Comissão Federal de Comunicações (FCC), Brendan Carr, que criticou duramente o apresentador.

Segundo o Wall Street Journal, a Disney e a Nexstar receberam ligações de anunciantes e afiliadas pedindo providências após a transmissão. A copresidente da Disney, Dana Walden, chegou a conversar com Kimmel e, em reunião com o CEO Bob Iger, decidiu suspender a atração para evitar agravamento da crise.

A equipe do programa também recebeu mensagens ameaçadoras depois da fala do apresentador. Fontes relataram que executivos discutiram a segurança dos funcionários, além da preocupação com o impacto da polêmica em uma fusão da Nexstar que ainda depende de aprovação da FCC.

O Jimmy Kimmel Live! não foi exibido na quarta-feira (17), quando o apresentador planejava se defender das críticas, alegando que suas palavras estavam sendo distorcidas por apoiadores de Donald Trump. A decisão, no entanto, foi comunicada a ele antes da gravação.

Em nota, a Nexstar afirmou que a suspensão foi uma decisão unilateral de seus executivos e que não houve comunicação com a FCC ou qualquer órgão governamental antes do anúncio. A emissora ainda não informou se o programa será retomado.