
Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil vão comandar, neste domingo (21), um trio elétrico em Copacabana, no Rio de Janeiro, em manifestação contra a PEC 5/2023, a “PEC da Bandidagem”. A proposta é criticada por ampliar a blindagem de parlamentares, mesmo em caso de crimes.
O ato também rejeita o projeto de anistia a golpistas, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro, que recebeu pena de 27 e 3 meses anos do Supremo Tribunal Federal (STF). O trio terá apenas artistas a bordo, sem políticos. A concentração está marcada para as 14h, no Posto 5 da Praia de Copacabana.
O movimento faz parte de uma agenda mais ampla. No próximo fim de semana, centrais sindicais como a CUT, além das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, organizarão protestos em diversas cidades. As pautas incluem não apenas a rejeição à “PEC da Bandidagem” e à anistia, mas também demandas trabalhistas, como redução da jornada de trabalho, fim da escala 6×1 e taxação dos mais ricos.
Caetano Veloso gravou um vídeo nas redes sociais convocando a população e afirmou que as medidas têm que “receber da sociedade brasileira uma resposta saudável”. “Grande parte da população brasileira não admite um negócio desses. Não pode ficar sem resposta”, disse o artista.
Na gravação, ele diz que o povo tem que ir às ruas e “para frente do Congresso”. “Como já fomos outras vezes. Voltar a dizer que não admitimos isso, como povo, como nação”, afirmou.
Veja:
GIGANTE! 🚨 Aos 83 anos, Caetano Veloso entra em ação e manda um recado após os deputados aprovarem a PEC da Bandidagem:
“A gente tem que ir pra rua, pra frente do Congresso, como já fizemos outras vezes.”
SEM ANISTIA
PEC DA BANDIDAGEM NÃO
PARLAMENTO SEM VERGONHA pic.twitter.com/fsT7wX6CMN— Henrique Lopes (@henriquelopessp) September 18, 2025
A força dessa convocação está no histórico de engajamento desses artistas. Desde os anos de ditadura militar, Caetano, Gil e Chico estiveram na linha de frente da resistência, enfrentando censura, prisão e exílio.
Nos anos 1980, esses mesmos nomes foram vozes decisivas nas Diretas Já, mobilização que levou milhões às ruas pelo direito de escolher o presidente. O engajamento político e artístico se consolidou como parte fundamental da luta democrática brasileira.