
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou duramente declarações do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, feitas em entrevista à Folha de S.Paulo nesta sexta-feira, 19 de setembro. O dirigente da legenda disse que uma eventual candidatura do parlamentar ao Planalto, sem aval de Jair, poderia “ajudar a matar o pai de vez”.
A afirmação foi recebida com indignação pelo filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista ao jornal O Globo, Eduardo classificou as palavras como “canalhice” e cobrou uma retratação. “Dizer que um filho ajudaria a matar o próprio pai é de uma canalhice que não esperava nem mesmo de você, Valdemar”, declarou.
Segundo Eduardo, a declaração extrapola os limites políticos e familiares. O deputado foragido disse que espera desculpas públicas e atribuiu a fala a uma possível escolha equivocada de palavras. “Aguardo suas desculpas e espero que você só tenha se atrapalhado mais uma vez com as palavras”, afirmou.
A tensão interna no PL tem crescido desde que se cogitou a entrada do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como possível candidato ao Palácio do Planalto em 2026. A hipótese conta com simpatia de setores da legenda e teria o apoio de Valdemar.
Eduardo, no entanto, resiste a esse movimento e já ameaçou deixar o PL caso a sigla apoie Tarcísio como substituto do ex-presidente. Ele tem indicado a aliados que pode buscar outra legenda para concorrer em 2026, mesmo que o governador paulista seja apoiado por Jair Bolsonaro.

Na entrevista, Costa Neto reforçou que os votos de Eduardo são vinculados ao capital político do pai e questionou o impacto de uma candidatura independente. “Ele tem que obedecer porque os votos que ele tem são por causa do pai, não por causa dele”, disse o dirigente do PL.
Para o político, um confronto direto entre Eduardo e Tarcísio poderia agravar a situação pessoal de Jair Bolsonaro, condenado pelo STF por tentativa de golpe e outros crimes. “Vai ajudar a matar o pai de vez? Porque o que o Bolsonaro está passando… Nossa Senhora”, afirmou.
A troca de declarações evidencia o racha dentro do PL, que enfrenta disputas internas sobre quem será o principal nome para a sucessão presidencial de 2026. O impasse coloca em lados opostos Valdemar e Eduardo, em meio às incertezas sobre o futuro político de Jair Bolsonaro.