“Fui covarde”: deputados se dizem “arrependidos” após apoiar PEC da Blindagem

Atualizado em 19 de setembro de 2025 às 21:18
Thiago de Joaldo (PP-SE), Pedro Campos (PSB-PE), Merlong Solano (PT-PI) e Sylvie Alves (União Brasil-GO). Foto: Arte UOL

Ao menos quatro deputados federais admitiram arrependimento por terem votado a favor da chamada PEC da Blindagem, aprovada pela Câmara dos Deputados na terça-feira (16). Os parlamentares divulgaram vídeos e notas em que pedem desculpas a eleitores e partidos, após pressão recebida nas redes sociais.

Os que recuaram foram Pedro Campos (PSB-PE), Merlong Solano (PT-PI), Thiago de Joaldo (PP-SE) e Sylvie Alves (União-GO). Todos afirmaram ter errado na decisão e justificaram que atuam agora para tentar reverter os efeitos da proposta.

Pedro Campos, irmão do prefeito do Recife e presidente nacional do PSB, disse que não só mudou de posição como protocolou um mandado de segurança no STF contra a votação. Merlong Solano escreveu texto em que pede desculpas ao PT e ao povo do Piauí pelo “grave equívoco” no apoio ao texto-base.

Thiago de Joaldo declarou que “vergonha é insistir no erro; coragem é assumi-lo de frente e lutar para consertar”. Já Sylvie Alves afirmou ter votado sob pressão de retaliações e admitiu: “Acabei cedendo. Fui covarde”.

A PEC foi aprovada com 353 votos no primeiro turno e 344 no segundo, e agora será analisada pelo Senado. O texto amplia o foro especial para presidentes de partidos e exige autorização prévia da Câmara ou do Senado para abertura de ações penais contra parlamentares.

A medida tem sido criticada por ampliar a blindagem de políticos, incluindo dirigentes partidários como Antonio de Rueda (União Brasil) e Valdemar Costa Neto (PL). O debate agora segue para o Senado, enquanto parte dos deputados busca se desvincular da aprovação do projeto.