Zelenski pede reunião bilateral a Lula durante Assembleia da ONU

Atualizado em 19 de setembro de 2025 às 22:14
Lula e o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, durante reunião em Nova York, em setembro de 2023 – Ricardo Stuckert/Presidência da República

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, solicitou uma nova reunião bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a Assembleia-Geral da ONU, que acontece na próxima semana em Nova York. O governo brasileiro ainda não confirmou se o encontro será realizado. Com informações da Folha de S.Paulo.

Caso ocorra, essa será a segunda reunião entre Lula e Zelenski. A primeira aconteceu em setembro de 2023, também às margens da Assembleia da ONU. Meses antes, os dois já haviam tentado se reunir no G7 de Hiroshima, no Japão, mas o encontro foi cancelado, com ambos trocando acusações sobre a responsabilidade do desencontro.

Em maio deste ano, Lula e Zelenski tentaram novamente marcar uma conversa durante a cúpula do G7 no Canadá. O brasileiro chegou a aceitar o convite, mas a reunião não se concretizou por questões de agenda. Agora, o pedido se repete em um momento de alta exposição internacional do presidente brasileiro.

Vladimir Putin, presidente da Rússia. Foto: Gavriil Grigorov/Reuters/Sputnik

Desde que reassumiu a Presidência em 2023, Lula vem tentando se posicionar como possível mediador do conflito entre Rússia e Ucrânia. Logo no início do mandato, buscou com a China uma proposta conjunta para negociações de paz, mas a ideia foi rejeitada por Kiev. Em março, ele voltou a propor conversas durante contato com Vladimir Putin.

Neste ano, Lula esteve em Moscou para as celebrações dos 80 anos da vitória russa na Segunda Guerra Mundial e defendeu a abertura de negociações em Istambul. Delegações dos dois lados chegaram a se reunir, mas nem Putin nem Zelenski compareceram. Esse movimento rendeu críticas à diplomacia brasileira, acusada de proximidade excessiva com a Rússia.

O eventual encontro entre Lula e Zelenski em Nova York pode servir para reequilibrar as críticas à política externa brasileira. Para o Itamaraty, a reunião seria uma oportunidade de reforçar a imagem do Brasil como interlocutor no cenário internacional, ainda que as divergências entre Kiev e Moscou sigam sem perspectivas de resolução imediata.