Trump anuncia terceiro ataque dos EUA contra navio acusado de narcotráfico

Atualizado em 19 de setembro de 2025 às 23:30
O presidente dos EUA, Donald Trump, responde a perguntas de repórteres após assinar um Memorando Presidencial no Salão Oval, em 15 de setembro de 2025, em Washington, DC. Foto: Kevin Dietsch/AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (19) que o Exército americano realizou seu terceiro ataque naval no mês contra uma embarcação acusada de narcotráfico. Segundo ele, três pessoas morreram na operação, que teria como alvo um navio “afiliado a uma Organização Terrorista Designada” e operando em rota conhecida do USSOUTHCOM, o Comando Sul das Forças Armadas.

Em publicação nas redes sociais, Trump divulgou um vídeo em que uma embarcação de alta velocidade é atingida por dois mísseis e afunda em seguida. O presidente afirmou que “a inteligência confirmou” o envolvimento do navio com tráfico de drogas ilícitas destinados ao território americano.

O Pentágono não forneceu detalhes adicionais e encaminhou os questionamentos à Casa Branca, que até agora não especificou a localização exata do ataque ou a nacionalidade das vítimas. O governo argumenta que as ações são parte de uma estratégia de “contenção do fluxo de narcóticos” para os EUA.

Esta é a terceira ofensiva desde 2 de setembro, quando militares americanos atacaram uma lancha rápida supostamente operada pela gangue Tren de Aragua, deixando 11 mortos. Outro ataque, na última segunda-feira (15), também contra um barco vindo da Venezuela, resultou em três mortes.

Embarcação em alta velocidade. Foto: Reprodução

O governo da Venezuela reagiu acusando Washington de usar o narcotráfico como justificativa para uma operação militar com objetivo político. Nicolás Maduro declarou que os EUA buscam “intimidar e forçar uma mudança de regime”, e classificou os vídeos divulgados por Trump como “manipulações criadas por inteligência artificial”.

Nos Estados Unidos, senadores democratas e até alguns republicanos levantaram dúvidas sobre a legalidade das ações. Grupos de direitos humanos afirmam que o uso das Forças Armadas em operações dessa natureza pode configurar abuso de poder executivo e carece de transparência quanto às evidências utilizadas para justificar os ataques.