
Larry Ellison, cofundador da Oracle e um dos homens mais ricos do mundo, já tem participação relevante na CBS e na Paramount.
Agora, aos 81 anos, o bilionário prepara uma ofensiva ainda maior, mirando a CNN, a HBO e um acordo bilionário com o TikTok. Se confirmadas, essas aquisições o colocariam como um dos magnatas mais poderosos da mídia e do entretenimento da história estadunidense.
Segundo artigo do escritor William D. Cohan, especializado em negócios, no New York Times, “Larry Ellison está prestes a se consolidar como um dos mais poderosos donos de mídia que a América já viu”.
O autor destaca que a comparação mais próxima vem de Rupert Murdoch, que ao criar a Fox News transformou o cenário político e intensificou a polarização nos Estados Unidos.
A possível entrada de Ellison em Hollywood e no núcleo das grandes corporações midiáticas vai além do que outros bilionários da tecnologia fizeram.
Jeff Bezos adquiriu o Washington Post e Marc Benioff comprou a revista Time, mas, como lembrou Cohan, “para esses homens, as aquisições foram mais hobbies caros do que projetos de poder”. Ellison, ao contrário, dá sinais de que quer erguer um império com alcance global.
Essa concentração de poder levanta debates sobre os riscos para a democracia. Com um bilionário abertamente aliado a Donald Trump à frente de veículos internacionais, cresce a preocupação com o impacto sobre a independência editorial e o debate público.
O controle simultâneo de televisão, plataformas de streaming e redes sociais ampliaria de forma inédita sua capacidade de influência.
Como escreve Cohan no New York Times, “para o resto de nós, o efeito da aposta de Ellison pode ser tão ou mais profundo do que o que vimos com Murdoch”. O alerta reforça a dimensão do que está em jogo: não apenas uma mudança de donos, mas um redesenho estrutural da mídia em escala mundial.