Suspeito de ligação com PCC é preso por morte de Ruy Ferraz no litoral paulista

Atualizado em 20 de setembro de 2025 às 14:10
O ex-delegado-geral de São Paulo Ruy Ferraz Fontes. Foto: Reprodução

A Polícia Civil prendeu neste sábado (20) Rafael Marcell Dias Simões, conhecido como Jaguar, suspeito de envolvimento no assassinato do ex-delegado-geral de São Paulo Ruy Ferraz Fontes, morto a tiros em Praia Grande na última segunda-feira (15). Simões, de 42 anos, se apresentou em uma delegacia de São Vicente, no litoral paulista, após ter a prisão temporária de 30 dias decretada pela Justiça. Ele não portava celular no momento da rendição.

Segundo as investigações, Jaguar já havia sido condenado a 22 anos de prisão por extorsão mediante sequestro e cumpriu pena em presídios de segurança máxima, como Presidente Bernardes e Mirandópolis, onde teve contato com integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). Em 2024, conseguiu progressão ao regime semiaberto, com restrições de deslocamento e permanência em casa nos fins de semana e à noite.

A defesa de Simões declarou à Folha que vai “provar a inocência” do cliente no curso do processo e aguarda acesso aos autos. A audiência de custódia ainda não havia sido realizada até o final da manhã de sábado. A polícia suspeita que ele tenha sido transportado por Luiz Henrique Santos Batista, o Fofão, preso na sexta-feira (19), após o ataque contra o delegado.

Ruy Ferraz Fontes e carro capotado. Foto: Reprodução

Uma terceira investigada, Dahesly Oliveira Pires, de 25 anos, foi detida na quinta-feira (18). Ela é acusada de ter levado uma das armas usadas no crime. Outras três pessoas seguem foragidas, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), que informou em nota que “diligências estão em curso para elucidar todas as circunstâncias e responsabilizar os envolvidos”.

Ruy Ferraz Fontes foi executado em uma emboscada no centro de Praia Grande. Seu carro foi atingido por 29 disparos de fuzil quando ele saía da prefeitura, onde atuava como secretário de Administração. Câmeras de segurança flagraram o momento em que tentou escapar, mas acabou batendo em dois ônibus antes de ser alvejado por criminosos encapuzados com coletes à prova de balas.

Além da morte do ex-delegado, duas pessoas que estavam na rua ficaram feridas pelos disparos e foram socorridas sem risco de vida. O veículo utilizado na ação foi localizado queimado horas depois. Fontes tinha 64 anos e foi delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo entre 2019 e 2022, além de professor universitário e diretor do Decap. Sua execução causou forte comoção entre autoridades e na corporação.