‘Batedor de carteira’: Eduardo Bolsonaro responde a Valdemar Costa Neto

Atualizado em 20 de setembro de 2025 às 16:32
Eduardo Bolsonaro, filho do condenado Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reagiu com dureza às declarações do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que disse que ele “não tem votos e não respeita o pai”. Em resposta pública, Eduardo afirmou que “não abdiquei de tudo para trocar afagos mentirosos com víboras” e acusou Valdemar de tentar entregar a direita “às mãos sujas do aproveitador da ocasião”.

A troca de ataques ocorreu após o dirigente do PL criticar a postura do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro em relação ao projeto de anistia para os condenados pelo 8 de janeiro. Enquanto Valdemar busca negociar com o Centrão uma proposta que reduza penas, Eduardo defende uma anistia ampla, geral e irrestrita, mobilizando a ala mais radical da militância bolsonarista.

No embate, Valdemar disse ainda que muitos parlamentares que votaram a favor da PEC da Blindagem e da urgência da anistia “não entenderam o que estavam fazendo”, em crítica indireta a Eduardo. O deputado, por sua vez, reforçou que sua prioridade é “resgatar a direita” e que não se submeterá a esquemas políticos internos, comandados, segundo ele, por ‘batedores de carteira’.

A crise interna no PL ocorre em um momento de fragilidade da família Bolsonaro, após a condenação do ex-presidente a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. Valdemar busca manter influência negociando com outras lideranças do Congresso, enquanto Eduardo aposta em manter viva a base ideológica do bolsonarismo.

Aliados avaliam que a disputa entre os dois pode afetar o desempenho do partido nas eleições municipais de 2026, sobretudo em São Paulo, onde Eduardo pretende ampliar sua força política. Nos bastidores, a tensão já gera divisões entre pragmáticos que seguem Valdemar e militantes alinhados ao deputado.

O episódio marca uma escalada na relação entre Eduardo Bolsonaro e o presidente do PL, expondo as dificuldades da legenda em conciliar interesses estratégicos de sobrevivência política com a manutenção da identidade ideológica do bolsonarismo.