
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) criticou a imprensa, neste domingo (21), durante participação em um evento organizado por um partido de extrema-direita na Itália. Em seu discurso, ele afirmou que a mídia tem responsabilidade direta nos ataques sofridos por líderes conservadores ao redor do mundo nos últimos anos.
Segundo o parlamentar, os veículos de comunicação contribuíram para alimentar o ódio contra políticos de direita ao classificá-los de forma equivocada como extremistas, em alusão ao assassinato do influenciador Charile Kirk, nos Estados Unidos, no dia 10 de setembro.
“Grande mídia: para de mentir sobre nós, político de direita. Parem de nos chamar de extremistas, pois vocês estão alimentando o ódio contra nós”, declarou o senador. Ele disse que, por influência da imprensa, os “verdadeiros extremistas” passaram a acreditar que estariam praticando atos legítimos ao tentar assassinar representantes de partidos de direita.
Além do caso Kirk, ele também citou o atentado contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018 e a recente tentativa de assassinato contra o presidente estadunidense Donald Trump. O senador omitiu, no entanto, que o assassino do extremista também é militante de direita, doador do partido republicano e filho de um policial em uma família que defende as armas nos EUA.
Veja o momento da fala de Flávio:
A viagem de Flávio à Itália ocorre em meio a uma agenda política marcada pela defesa de parlamentares aliados. O senador liderou uma comitiva que foi visitar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), atualmente presa no país europeu e aguardando decisão sobre seu processo de extradição para o Brasil.
Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), um dos episódios de maior repercussão no processo de responsabilização de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Delação de Zambelli?
A visita de Flávio à Zambelli é uma tentativa, segundo Joice Hasselmann, de silenciar a aliada que foi abandonada pelo bolsonarismo e poderia fechar um acordo de delação premiada para falar o que sabe sobre a trama golpista e outros crimes do clã Bolsonaro.
“Como o medo de uma delação premiada fez um dos Bolsonaros se mexer para ‘defender’ Carla Zambelli. Foi só ela vazar uma ameaça que Flávio Bolsonaro correu para Itália. Até agora todos os criminosos da família ignoraram a oligofrênica”, escreveu Hasselmann no X.
A visita de Flávio foi acompanhada por um grupo de parlamentares bolsonaristas, incluindo Damares Alves (Republicanos-DF), Eduardo Girão (Novo-CE), Magno Malta (PL-ES) e Cabo Gilberto (PL-PB).