
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) pediu, neste domingo (21), que o governo italiano não extradite a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) ao Brasil. Presa em Roma desde julho, Zambelli aguarda a tramitação de seu processo na Justiça italiana, que terá decisão final do Ministério da Justiça do país europeu. Em discurso durante a festa anual da Liga, partido de ultradireita liderado por Matteo Salvini, Flávio comparou o caso da parlamentar ao do terrorista Cesare Battisti.
“Assim como o governo do presidente Bolsonaro devolveu o terrorista Cesare Battisti para a Itália, peço que a Itália não mande Zambelli de volta para o Brasil, pois lá ela poderá morrer na cadeia injustamente”, disse o senador. Em 2018, a extradição de Battisti foi autorizada pelo então presidente Michel Temer. Ele foi capturado na Bolívia em 2019 e enviado à Itália, já durante o governo de Jair Bolsonaro.
Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Para Flávio, a deputada deveria cumprir a pena na Itália, em regime domiciliar, sem risco de extradição.
“Faço um apelo ao ministro da Justiça italiano para que (…) deixe a Carla em prisão domiciliar aqui na Itália”, declarou o senador após visitá-la em Roma na sexta-feira (19), acompanhado de Damares Alves (Republicanos-DF), Eduardo Girão (Novo-CE), Magno Malta (PL-ES) e do deputado Cabo Gilberto (PL-PB).
Veja o momento da fala de Flávio:
No evento em Pontida, no norte da Itália, Flávio também criticou o ministro Alexandre de Moraes, a quem acusou de perseguir a direita brasileira, e responsabilizou a imprensa pelos atentados contra Jair Bolsonaro em 2018, Donald Trump em 2024 e pelo assassinato do ativista estadunidense Charlie Kirk.
“Grande mídia, parem de mentir sobre nós, políticos de direita. Parem de nos chamar de extremistas, porque estão alimentando o ódio contra nós”, afirmou, com tradução simultânea para o público.
Vestindo camiseta com o nome de Salvini, o senador disse ainda que “com a esquerda no poder, o Brasil perdeu a sua soberania”. Ele acusou a China de “comprar o Brasil inteiro, de minerais a terras boas para plantação” e completou: “Mas nós, da direita, vamos lutar para que a nossa bandeira verde-amarela nunca se torne a vermelha do comunismo.”
Flávio afirmou que a condenação de Bolsonaro pelo STF a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado foi injusta. “Ele condenou Bolsonaro por atos antidemocráticos apenas por criticar o sistema eleitoral e fazer discursos contra a esquerda corrupta. Assim como os ditadores [Nicolás] Maduro, na Venezuela, e Daniel Ortega, na Nicarágua, fizeram com seus opositores políticos”, disse. O senador encerrou o discurso com uma frase em italiano: “Itália sopra tutto, Dio sopra tutti”, adaptação do lema bolsonarista “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.