
O governo Lula avalia lançar a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), como candidata ao Senado por São Paulo nas eleições de 2026. A movimentação tem sido discutida no Planalto e em rodas com empresários, mas enfrenta resistências internas no MDB paulista, que hoje apoia o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Caso avance, a candidatura pode levar Tebet a mudar de partido, com possível migração para o PSB. As informações são do Globo.
O nome da ministra vem sendo testado em pesquisas e recebeu impulso após um encontro com o grupo Prerrogativas em São Paulo, que reuniu empresários de diferentes setores. Marco Aurélio Carvalho, líder do grupo, destacou a desenvoltura de Tebet ao defender o governo Lula em ambiente reticente. Parlamentares como Emídio de Souza (PT) defendem que a prioridade seja fortalecer o campo democrático no Senado, evitando maioria bolsonarista.
Apesar de oficialmente dizer que não discute eleições, Tebet admitiu em entrevista que pode ser candidata. Hoje com domicílio eleitoral em Mato Grosso do Sul, ela deixou em aberto a possibilidade de concorrer por São Paulo. Segundo a ministra, Lula argumentou que a disputa para o Senado será a “mais difícil e importante” do próximo ciclo, o que reforça a pressão por sua participação.
No entanto, lideranças do MDB paulista rejeitam a ideia de uma candidatura alinhada ao PT. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que ter apoio de Lula em São Paulo é “caminho para a derrota” e defendeu nomes da própria legenda, como Baleia Rossi, presidente nacional do partido. Esse impasse pode acelerar a saída de Tebet do MDB para outra sigla que dialogue melhor com o campo governista.

Enquanto a esquerda tenta definir nomes para a disputa, a direita paulista já se movimenta. Jair Bolsonaro e Tarcísio devem lançar candidatos próprios, e nomes como Guilherme Derrite (PL), Ricardo Salles (Novo) e Rodrigo Garcia (sem partido) estão no radar. A candidatura de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), antes considerada certa, perdeu força com sua permanência nos Estados Unidos.
A decisão final sobre a chapa em São Paulo só deve ser tomada em 2026, a depender da estratégia de Tarcísio: concorrer à reeleição no governo estadual ou disputar a Presidência. Nesse cenário, a eventual candidatura de Tebet ao Senado representa não só um desafio interno ao MDB, mas também peça estratégica para Lula garantir maioria no Congresso e fortalecer a defesa da democracia diante do avanço bolsonarista.