
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) fez um discurso firme neste domingo (21) durante manifestação na Avenida Paulista contra a PEC da Blindagem e o projeto de anistia a condenados pelo 8 de janeiro. Ele descartou qualquer possibilidade de flexibilização em relação às penas dos golpistas. “Não tem meio-termo. Não tem anistia light, anistia raiz, anistia Nutella. Vamos votar contra, trabalhar contra”, declarou.
A avenida estava lotada, com mais de 100 mil pessoas, segundo os organizadores, repetindo as grandes manifestações nas capitais e grandes cidades de todos os Estados. Nas demais capitais e grandes cidades nos Estados as mobilizações se repetiram de forma surpreendente.
O termo “anistia light” vem sendo usado para se referir a propostas de perdão apenas para os envolvidos na invasão aos prédios dos Três Poderes. Boulos reforçou que nem esse tipo de medida será aceito pela esquerda. “Esta mobilização vai sepultar a anistia de qualquer forma. Redução de pena, anistia… vamos trabalhar para derrotar todos os caminhos”, afirmou, ao som de “Apesar de você”, de Chico Buarque.
A manifestação contou ainda com a participação de outros parlamentares, como Tabata Amaral (PSB-SP) e Sâmia Bonfim (PSOL-SP). Tabata disse que a união de bolsonaristas com setores corruptos do Congresso busca garantir impunidade. Já Sâmia afirmou que a PEC da Blindagem representa um acordo entre “golpistas e corruptos” para usar o Congresso como escudo.
A PEC da Blindagem foi aprovada na Câmara dos Deputados e prevê que parlamentares só possam ser processados se houver autorização da Casa, além de ampliar o foro privilegiado a dirigentes partidários. A proposta agora tramita no Senado, onde o relator Alessandro Vieira (MDB-SE) já anunciou parecer contrário. O presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA), também classificou a medida como um retrocesso democrático.
Chegando na Av. Paulista. Lotou!
Sem anistia! Não à PEC da Blindagem! pic.twitter.com/mgst6GEsUL— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) September 21, 2025
Já o projeto de anistia tem como relator o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP). Ele estuda apresentar um texto que reduza penas, mas não perdoe integralmente os condenados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar após condenação no STF a 27 anos de prisão. O governo Donald Trump, por sua vez, criticou o julgamento e impôs tarifas contra o Brasil sob a justificativa de perseguição política a Bolsonaro.
O ato na Paulista, com forte presença popular, integra uma série de manifestações organizadas em todo o país contra a chamada “PEC da Bandidagem” e contra qualquer forma de anistia aos envolvidos no 8 de janeiro. Para Boulos e os demais parlamentares presentes, a mobilização é essencial para barrar medidas que colocam em risco a democracia brasileira.
Confira a cobertura completa do ato: