O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) usou as redes sociais para espalhar fake news sobre as manifestações contra a anistia e a PEC da Blindagem realizadas neste domingo (21) em diversas cidades brasileiras.
Em publicação no X, ele compartilhou um vídeo de horas antes do início efetivo do ato em São Paulo e ironizou: “Nem com Rouanet vingou”. A fala do parlamentar não reflete a verdade, uma vez que os números da USP apontam que a mobilização de hoje superou a registrada pelos bolsonaristas em 7 de setembro, quando o próprio grupo celebrou o ato como um sucesso.
Nem com Rouanet vingou. pic.twitter.com/WSsOPV0Rsr
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) September 21, 2025
Outros políticos e lideranças da direita também reagiram. O pastor Silas Malafaia classificou os protestos como obra de uma esquerda “cretina” que “engana o povo” ao convocar artistas para atrair público. Já o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) publicou imagens da manifestação em Brasília e afirmou que a esquerda está “sempre passando vergonha”.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), direcionou ataques ao cantor Caetano Veloso. Em uma postagem acompanhada de caricatura, o parlamentar sugeriu que o artista estaria contra a anistia e a favor da censura. “Uma imagem vale mais do que mil palavras! Esse é o comunista hipócrita, que gosta de ganhar milhões…”, escreveu.
Uma imagem vale mais do que mil palavra!
Esse é o comunista hipocrita, que gosta de ganhar milhões… pic.twitter.com/gwM3DDmyH2— Sóstenes Cavalcante (@DepSostenes) September 21, 2025
As manifestações foram convocadas contra dois pontos centrais: a anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro e a chamada PEC da Blindagem. O texto, aprovado pela Câmara na última terça-feira (16), dificulta a abertura de ações penais contra parlamentares e foi alvo de críticas por representar um retrocesso na legislação.
Os protestos começaram ainda pela manhã em capitais como Brasília (DF), Natal (RN), Salvador (BA), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Manaus (AM) e São Luís (MA). No período da tarde, ganharam força em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Recife (PE) e em outras cidades do país.
As mobilizações reuniram milhares de pessoas e mostraram reação popular ao avanço das medidas discutidas no Congresso. Apesar das críticas de parlamentares da oposição, os atos reforçaram a pressão contra a anistia e a PEC da Blindagem, temas que seguem em debate político e jurídico em Brasília.