Edinho diz que Lula aceita debater penas do 8/1, mas “não no pós-julgamento do STF”

Atualizado em 22 de setembro de 2025 às 9:17
Edinho Silva. Imagem: reprodução

O presidente do PT, Edinho Silva, afirmou neste domingo (21/9) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria disposto a discutir a dosimetria das penas aplicadas aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro, mas destacou que esse debate não pode ocorrer agora, logo após os julgamentos no Supremo Tribunal Federal (STF).

“O presidente tem dito que se tiver projeto para debater a situação da dosimetria, ele entende que tem que debater, mas não no ambiente de hoje, não no pós-julgamento, porque vai ser lido como um projeto para neutralizar o julgamento do Supremo, aí nós somos contra”, disse Edinho.

De acordo com o Metrópoles, nos bastidores, Lula já teria consultado ministros do STF sobre a possibilidade de discutir a questão no Congresso, mas sem tratar de anistia aos condenados. O relator do projeto, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), tem buscado articulação para uma saída negociada que reduza penas já aplicadas.

Edinho reforçou que, para o PT, não existe clima político para avançar nessa discussão. “O PT é contra qualquer flexibilização. Nós entendemos que não há sequer espaço para debater reforma do Código Criminal, quanto mais um projeto específico sobre o pós-julgamento do Supremo”, afirmou.

A fala ocorre em meio à pressão política sobre a PEC da Blindagem, e em paralelo a movimentos contrários a propostas de anistia, como o ato realizado em São Paulo que reuniu 42,3 mil pessoas, segundo a USP.

Manifestantes fazem protesto ao Masp, na Avenida Paulista, contra a PEC da Blindagem e o Projeto de Anistia — Foto: Reprodução/TV Globo
Sofia Carnavalli
Sofia Carnavalli é jornalista formada pela Cásper Líbero e colaboradora do DCM desde 2024.