Bolsonaro e Eduardo devem ser denunciados pela PGR ao STF por coação à Justiça

Atualizado em 22 de setembro de 2025 às 10:12
Eduardo e Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

A Procuradoria-Geral da República (PGR) deve denunciar nesta semana o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, conforme informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

Se a denúncia for aceita, Eduardo Bolsonaro se tornará réu, o que pode enfraquecer seu projeto de disputar a Presidência da República. O “Bananinha” está nos Estados Unidos desde março, onde atua por medidas de retaliação contra o Brasil.

O parlamentar foi indiciado em agosto pela Polícia Federal (PF), que concluiu investigações sobre sua atuação junto ao governo de Donald Trump para tentar impor sanções ao Brasil e pressionar ministros do STF.

Já Jair Bolsonaro foi indiciado pela PF por enviar R$ 2 milhões via Pix ao filho nos EUA, transação que pode ser enquadrada como financiamento do crime de coação. O golpista Paulo Figueiredo, “braço direito” de Eduardo nos Estados Unidos, também foi indiciado e deve ser denunciado ao Supremo.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao lado de Eduardo e Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

Pedido inicial da PGR

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi o responsável por solicitar em maio a abertura da investigação na PF. O objetivo era apurar a suposta tentativa de Eduardo Bolsonaro de convencer o governo dos EUA a adotar sanções contra Moraes, relator de diversos processos contra o ex-presidente.

Na época do indiciamento, o deputado negou qualquer tentativa de interferência nos processos contra ele no Brasil. Em nota, chamou de “crime absolutamente delirante” os apontamentos da PF e disse ser “lamentável e vergonhoso” o que classificou como vazamento de diálogos entre ele e o pai, anexados ao relatório da Polícia Federal.

Pressões dos Estados Unidos

Nos últimos meses, o governo de Donald Trump anunciou medidas contra o Brasil, incluindo uma sobretaxa de 50% sobre importações brasileiras, uma investigação comercial contra o Pix e sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes, enquadrado na Lei Magnitsky.

Trump e aliados, como o senador Marco Rubio, afirmam que Jair Bolsonaro é alvo de uma “caça às bruxas” e acusam Moraes de agir contra a liberdade de expressão e contra empresas de tecnologia americanas.