AO VIVO: Em meio a tensão com EUA, Lula discursa na Assembleia Geral da ONU

Atualizado em 23 de setembro de 2025 às 10:57

O presidente Lula (PT) será o primeiro a discursar no Debate Geral da 80ª Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (23), em Nova York. A tradição, seguida desde 1955, garante ao Brasil a posição de abrir os pronunciamentos entre os 193 países-membros. A fala do petista pode ser acompanhada pelo canal DCM TV, no YouTube.

O debate começará às 10h, com as falas de Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, e Annalena Baerbock, presidente da Assembleia Geral. Em seguida, Lula abriu oficialmente a rodada de discursos, antes do presidente americano Donald Trump, que fala como representante do país-sede.

“Este deveria ser um momento de celebração das Nações Unidas”, disse Lula ao iniciar o discurso. “Hoje, contudo, os ideais que inspiraram sua fundação estão ameaçados como nunca estiveram. O multilateralismo está diante de nova encruzilhada. A autoridade dessa Organização está em xeque”

“Atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estão se tornando regra”, afirmou. A “ingerência em assuntos internos do Brasil é inaceitável”.

Depois, os demais líderes se apresentarão em ordem definida pela ONU, considerando nível de representação, preferências e equilíbrio geográfico.

Neste ano, a Assembleia Geral adota o lema “Melhor juntos: 80 anos e mais pela paz, desenvolvimento e direitos humanos”. O foco está na urgência de cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e revitalizar a cooperação internacional diante de crises globais.

O que Lula defende

No discurso, Lula deve destacar pontos de divergência com a política externa dos Estados Unidos, sem mencionar Trump diretamente. Entre os principais temas previstos estão:

  • Multilateralismo, com defesa de uma atuação mais independente da Organização Mundial do Comércio (OMC);
  • Crítica às tarifas, contra a estratégia da Casa Branca de impor barreiras comerciais;
  • Soberania nacional, com ênfase na defesa das instituições brasileiras, como o Supremo Tribunal Federal (STF);
  • Condenação da decisão dos EUA de revogar vistos da Autoridade Palestina, o que impede a participação de seus representantes na Assembleia;
  • Mudanças climáticas, com destaque para a COP30, que será realizada em Belém, em novembro.

A fala de Lula ocorre no dia seguinte à nova rodada de sanções do governo Trump a cidadãos brasileiros como reação à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A expectativa é de um discurso que sirva de contraponto às posições do republicano.