Eduardo Bolsonaro agradece Glenn Greenwald por perseguição dos EUA a Moraes

Atualizado em 23 de setembro de 2025 às 9:22
Flávio Bolsonaro e Glenn Greenwald em audiência na Câmara dos Deputados

Eduardo Bolsonaro, golpista homiziado nos Estados Unidos, escreveu uma mensagem de agradecimento aos jornalistas americanos de extrema-direita Glenn Greenwald e Michael Shellenberger. “O Brasil deve um muito obrigado a estes 2 homens”, declarou no X.

Greenwald, que vive no Rio de Janeiro em plena “ditadura da toga”, tem empreendido uma campanha suja contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, há anos, e se tornou um dos principais informantes do governo americano na perseguição contra o magistrado.

A relação entre Eduardo e Greenwald vai, ao que tudo indica, além de uma simples obsessão compartilhada. A Polícia Federal poderia esclarecer isso.

Na segunda-feira (22), Greenwald comemorou o que chamou de “expansão das sanções” contra o “juiz autoritário brasileiro” destacando a inclusão de sua esposa Viviane na lista, “enquanto Lula está nos EUA para discursar na ONU”. Greenwald chamou de “idiotas” e “imbecis” aqueles que o questionaram no X.

Ele esteve na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, em abril, quando apresentou detalhes sobre áudios divulgados em 2024. Foi música para os ouvidos dos bolsonaristas.

Falou sobre a suposta utilização da assessoria do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo então presidente da corte, Alexandre de Moraes, para realizar investigações informais.

O jornalista português Sérgio Tavares, um notório picareta, também contribuiu com informações, divulgando em abril um vídeo em que Eduardo Tagliaferro, chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, teria expressado receio de Moraes e falado sobre deixar o Brasil.

Greenwald acusou Moraes de abusar de seu poder ao solicitar relatórios e investigações com fins pessoais, ocultando que os pedidos provinham do STF, dentro do contexto do Inquérito das Fake News. Ele também afirmou que Moraes mantém os poderes que tinha durante as eleições de 2022, tornando-se “a pessoa mais poderosa do país”, e que jornalistas que criticam Moraes em privado têm medo de se manifestar publicamente.

O senador Rogério Marinho (PL-RN) solicitou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a investigação das ilegalidades nos pedidos de Moraes ao TSE. Para Greenwald, a mídia brasileira tem se mostrado relutante em criticar Moraes — exceto a Folha de S. Paulo, que o emprega como colunista.

Flávio Bolsonaro comparou o caso à operação Lava-Jato, quando o STF declarou Moro parcial, considerando suas conversas com procuradores. Para ele, as atitudes de Moraes demonstram uma postura ainda mais tendenciosa, ao buscar manipular investigações e direcionar acusações. O senador Magno Malta (PL-ES) afirmou que o Senado tem material suficiente para um impeachment não apenas de Moraes, mas de outros membros do STF.

Kiko Nogueira
Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.