Sentiu? Eduardo demonstra ciúmes após elogios de Trump a Lula

Atualizado em 23 de setembro de 2025 às 13:45
O deputado federal fugitivo Eduardo Bolsonaro. Foto: Jessica Koscielniak/Reuters

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) demonstrou ciúmes ao comentar, nesta terça-feira (23), o discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a abertura da 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Em sua fala, Trump elogiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e afirmou que os dois se encontraram brevemente, além de indicarem que vão conversar na próxima semana sobre as tarifas impostas ao Brasil.

Eduardo, que está nos Estados Unidos desde fevereiro para tramar contra o Brasil, não demorou a reagir à fala de Trump, destacando o que chamou de “firmeza estratégica” e “inteligência política” do presidente estadunidense. Em postagem no X, o deputado afirmou que o que ocorreu durante o encontro foi típico da estratégia de negociação de Trump: “Ele fez exatamente o que sempre praticou: elevou a tensão, aplicou pressão e, em seguida, reposicionou-se com ainda mais força à mesa de negociações”.

A interação entre os dois líderes foi rápida, ocorrendo quando Lula, que discursou antes de Trump, deixou o plenário da ONU. Trump, em seu discurso, mencionou que os dois se abraçaram e planejam um encontro mais detalhado na próxima semana para discutir as tarifas que o governo estadunidense impôs ao Brasil.

“Ele entra na mesa quando quer, da forma que quer e na posição que quer. Enquanto isso, outros líderes, como Lula, assistem impotentes, sem qualquer capacidade real de influenciar o jogo global”, afirmou Eduardo Bolsonaro, sugerindo que, diante da postura de Trump, o presidente brasileiro está em uma situação difícil para conseguir tirar algo positivo da conversa com o republicano.

Trump também aproveitou a oportunidade para comentar sobre as tarifas impostas ao Brasil, classificando-as como “pesadas”. Ele explicou que o Brasil só superará a posição negativa em que se encontra caso se alinhe mais estreitamente com os Estados Unidos.

“O Brasil agora enfrenta tarifas pesadas em resposta aos seus esforços sem precedentes para interferir nos direitos e liberdades dos nossos cidadãos americanos e de outros, com censura, repressão, armamento, corrupção judicial e perseguição de críticos políticos nos Estados Unidos”, disse Trump.

Em tom mais descontraído, o republicano fez questão de reforçar a simpatia por Lula. “Eu estava aqui e, ao entrar, encontrei o líder do Brasil. Eu falei com ele, nós nos abraçamos, e as pessoas dizendo: ‘Dá para acreditar nisso?’. Nós concordamos que vamos nos encontrar na próxima semana. Não tivemos muito tempo para falar aqui, foram cerca de 20 segundos, mas nós conversamos”, contou, destacando o bom relacionamento entre ambos.

O presidente estadunidense também fez questão de enfatizar que só realiza negócios com pessoas de quem gosta. “Ele parece um homem muito agradável, eu gosto dele e ele gosta de mim. E eu gosto de fazer negócios com pessoas que eu gosto. Quando eu não gosto de uma pessoa, eu não gosto, mas tivemos ali esses 30 segundos ali, foi uma coisa muito rápida, mas foi uma química excelente. Isso foi um bom sinal”, disse Trump, em um tom leve e descontraído.

O discurso de Lula, por sua vez, foi carregado de críticas tanto ao governo dos Estados Unidos quanto à conduta de Trump no cenário global. O presidente brasileiro atacou o que chamou de “ataques sem precedentes” contra as instituições brasileiras e comentou a ampliação das sanções pelo governo estadunidense, em retaliação à condenação de Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.