
Na noite desta segunda-feira, dia 22, diplomatas brasileiros foram informados de que os Estados Unidos fariam um gesto de aproximação com o Brasil durante a Assembleia Geral da ONU. A previsão se confirmou na terça-feira, 23, quando Donald Trump convidou Luiz Inácio Lula da Silva para uma reunião em Washington. O convite ocorreu nos bastidores da ONU, em Nova York, logo após o discurso do presidente brasileiro. Com informações de Jamil Chade, no Uol.
Segundo relatos, o encontro durou menos de um minuto e aconteceu imediatamente após a fala de Lula no plenário da organização. Durante o contato, houve um abraço entre os dois líderes, acompanhado de palavras cordiais. Trump mencionou publicamente o gesto em seu discurso na ONU, descrevendo a interação como positiva, com o republicano ressaltando uma “química excelente” entre ambos.
De acordo com fontes do governo, a viagem de Lula à capital americana está sendo articulada para a próxima semana. A agenda será restrita, com foco em temas econômicos e estratégicos. O convite foi confirmado publicamente por Trump em seu discurso na ONU, transformando o breve contato em promessa de reunião oficial.
É rapazeada, é hoje que Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo se ma***: Trump dizendo que gostou do Lula, que eles tiveram uma boa química e que eles vão se encontrar na próxima semana. pic.twitter.com/ASE7FVrM5T
— William De Lucca (@delucca) September 23, 2025
Um dos principais pontos em negociação é o interesse dos Estados Unidos na exploração de terras raras no Brasil, recursos considerados vitais para a indústria tecnológica. Além disso, está prevista a criação de um grupo de trabalho para ampliar o comércio bilateral e discutir novos acordos setoriais.
Diplomatas confirmam que o tema da anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro e dos ataques ao STF ficará de fora da reunião. O governo norte-americano considera esse ponto um “non-starter”, ou seja, inaceitável como base de diálogo. A exclusão do assunto foi vista como condição para viabilizar o encontro e evitar contaminação política na pauta.

Outro tema sensível será a regulação das redes sociais no Brasil. O governo Trump, alinhado aos interesses das grandes empresas de tecnologia, deve pressionar por um adiamento ou flexibilização das medidas. Do lado brasileiro, Lula e o PT defendem a regulamentação para ampliar a responsabilidade das plataformas, o que promete gerar divergências durante a negociação.
O gesto acontece em meio a um período de tensões entre os dois países. Nas últimas semanas, Washington impôs sanções a autoridades brasileiras e anunciou tarifas sobre produtos nacionais. Apesar disso, o convite é interpretado como tentativa de reaproximação diplomática.
A expectativa agora recai sobre a confirmação da data da reunião em Washington. O encontro é visto como oportunidade para redefinir pontos de cooperação estratégica entre Brasil e Estados Unidos, com reflexos tanto na diplomacia quanto no cenário econômico.