
Líderes do Centrão que apoiaram Jair Bolsonaro (PL) avaliam que a possível candidatura do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em 2026 pode dividir a direita e favorecer a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A análise é de que a fragmentação do campo conservador abriria caminho para uma vitória de Lula ainda no primeiro turno. Com informações da coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.
Segundo dirigentes ouvidos, Eduardo teria como objetivo principal herdar a base eleitoral do pai e se posicionar para 2030. Eles apontam que a manutenção de seu nome no pleito mesmo diante de dificuldades judiciais teria a função de evitar que os votos bolsonaristas migrem para outros nomes, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ou o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD).
A avaliação desses líderes é de que Eduardo sabe das barreiras no Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar deve enfrentar condenações relacionadas a acusações de tentativa de coação contra magistrados da Corte, o que poderia inviabilizar sua candidatura já em 2026.
Más o Satanás não desiste , é praga, bicheira tênia credo
Eduardo sobre 2026: "Com meu pai fora, eu sou candidato à Presidência"
Por decisão do STF, Jair Bolsonaro, além de condenado a 27 anos e 3 meses de prisão, está inelegível até 2062 pic.twitter.com/9CSV6j9fWx
— Malu (@mariarita4141) September 23, 2025
Apesar do cenário desfavorável, interlocutores acreditam que Eduardo manterá a candidatura até o limite dos recursos jurídicos possíveis. O cálculo seria menos sobre vencer em 2026 e mais sobre manter relevância política, projetando-se como herdeiro do capital eleitoral bolsonarista para o futuro.
Fontes do Centrão afirmam ainda que Eduardo pretende disputar a Presidência mesmo sem o apoio direto de Jair Bolsonaro. Em alguns cenários, a candidatura poderia ocorrer até contra um nome indicado pelo ex-presidente, reforçando a divisão no campo conservador.
O deputado também tem dito a aliados que políticos do Centrão tentam convencer Jair Bolsonaro a apoiar um candidato “de fora da política tradicional” para herdar os votos bolsonaristas. Nesse contexto, Eduardo se posiciona como guardião do legado do pai, resistindo a qualquer articulação que desvie o eleitorado para outros nomes da direita.