VÍDEO – Bolsonaristas atacam Haddad e levam invertida: “Seu presidente passou vergonha”

Atualizado em 24 de setembro de 2025 às 15:00
Fernando Haddad, ministro da Fazenda. Foto: reprodução

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira (24), foi provocado por parlamentares bolsonaristas e estragou todas as tentativas de cortes para as redes sociais durante audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. O deputado federal Delegado Caveira (PL-PA), por exemplo, provocou Haddad chamando-o de “Taxad”, referência às medidas de aumento de impostos implementadas pelo atual governo.

A audiência tinha como objetivo prestar esclarecimentos sobre o plano safra e medidas de socorro ao Rio Grande do Sul, mas acabou sendo marcada por críticas políticas e ataques pessoais.

Haddad respondeu à provocação afirmando que o apelido poderia ser usado à vontade, desde que relacionado à taxação de apostas, super ricos e bancos. “Para isentar quem o [ex-presidente Jair] Bolsonaro cobrou, isso o senhor pode usar o apelido à vontade”, disse o ministro. O ministro também lembrou as “vergonhas políticas” do ex-presidente de extrema-direita como a condução da pandemia.

Em resposta, Caveira voltou a criticar o ministro afirmando que o aumento da carga tributária é responsabilidade do governo atual e se referiu ao presidente Lula (PT) como “descondenado”. Ao ser interrompido por colegas de comissão, pediu que “calassem a boca”. Haddad, em resposta, ressaltou que a maior amplitude de carga tributária ocorreu no governo Bolsonaro, quando não houve revisão do Imposto de Renda (IR).

Ele ainda responsabilizou o deputado por omissão durante a pandemia de Covid-19, lembrando que mais de 700 mil pessoas morreram no período e que o Brasil voltou ao mapa da fome. “O deputado é culpado por omissão, em relação às mortes da pandemia e em relação ao déficit fiscal”, afirmou Haddad.

O deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES) também tentou fazer graça sobre a participação de Lula na Assembleia Geral da ONU, que rendeu elogios até mesmo do principal nome da extrema-direita mundial, Donald Trump. O ministro respondeu ao bolsonarista que o presidente não precisa de lição de diplomacia de ninguém, ressaltando a credibilidade do petista no cenário mundial.

“Lula fala com ele quiser”, rebateu Haddad. “Eu não vi o seu presidente cumprimentar um chefe de Estado, a não ser de forma vergonhosa para falar ‘i love you’ para o presidente dos Estados Unidos”, ironizou.

Outro momento de tensão ocorreu quando a deputada Julia Zanatta (PL-SC) afirmou que Haddad só pensa em aumentar impostos e ironizou dizendo que ele provavelmente não tem tempo nem para conversar com a própria esposa. O ministro rebateu pedindo que sua vida pessoal não fosse envolvida no debate.

Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.