“Não tem limite”: Lula garante que nada ficará de fora da conversa com Trump

Atualizado em 24 de setembro de 2025 às 18:29
Presidente Lula, durante entrevista coletiva concedida na ONU nesta quarta (24). REUTERS/Bing Guan

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quarta-feira (24) que não há restrições de temas para a reunião que pretende ter com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na próxima semana. A afirmação foi feita em entrevista coletiva em Nova York, após a participação do petista na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Na terça-feira (23), Trump disse durante seu discurso na ONU que convidou Lula para um encontro presencial. Segundo o republicano, os dois se cumprimentaram rapidamente nos bastidores e acertaram a reunião. “Combinamos de nos encontrar na semana que vem. Não tivemos muito tempo para conversar, uns vinte segundos”, relatou o líder norte-americano.

Ao comentar o convite, Lula ressaltou que Brasil e Estados Unidos mantêm mais de 200 anos de relações diplomáticas e têm “muitos assuntos em jogo”. O presidente destacou que não há limitações para a conversa. “Não tem limite de assunto, não tem veto de assunto, é qualquer assunto. Mas, para isso, tem que ter uma conversa”, afirmou.

O petista também rebateu medidas adotadas por Trump, como a imposição de tarifas sobre produtos da América Latina. Lula disse que as sanções aplicadas contra o Brasil se baseiam em informações falsas. “Ele está mal informado com relação ao Brasil, e possivelmente isso tenha levado a tomar algumas decisões que não são aceitáveis”, declarou.

O presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Foto: Reprodução

Em abril, a Casa Branca estabeleceu uma alíquota de 10% para importações latino-americanas. No mês de julho, Trump aumentou a taxa para 50%, alegando perseguição judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O republicano ainda sustentou que existe um déficit comercial na relação bilateral.

Dados oficiais, no entanto, mostram que os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Em 2024, as exportações brasileiras para o mercado norte-americano somaram US$ 40,3 bilhões, enquanto as importações chegaram a US$ 40,6 bilhões, gerando déficit de US$ 300 milhões para o Brasil.