
As manifestações que levaram milhares de pessoas às ruas no último domingo (21) contra a PEC da Blindagem surpreenderam integrantes do centrão no Congresso. Parlamentares admitiram que não esperavam tamanha reação popular e que subestimaram o impacto do texto, que acabou rejeitado nesta quarta-feira (24) no Senado. Com informações da Folha de S.Paulo.
Deputados ouvidos relataram que a velocidade com que a proposta foi pautada na Câmara não permitiu medir corretamente a rejeição do tema. Mesmo dispositivos polêmicos, como a tentativa de resgatar a votação secreta para investigar ou prender congressistas, passaram sem maior debate no plenário.
A repercussão negativa, porém, cresceu rapidamente. Para os parlamentares, a pressão popular se intensificou e levou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), a frear a tramitação. O texto acabou arquivado após derrota unânime na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Integrantes do centrão também apontaram falhas na condução do processo pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Na avaliação deles, a Casa acabou ficando com o desgaste político, enquanto o Senado saiu como protagonista da rejeição.
Outro fator destacado foi a dimensão das manifestações de domingo, com atos em todas as capitais. O volume de pessoas nas ruas teria sido determinante para consolidar a percepção de que não havia clima político para manter a PEC em tramitação.
Com a derrota, líderes governistas e oposicionistas avaliam que o episódio fragilizou a articulação política em torno da proposta. A expectativa agora é que o Congresso concentre esforços em outras pautas, diante do desgaste gerado pela rejeição.