Deputados bolsonaristas acusam Alcolumbre de traição e prometem “troco”; entenda

Atualizado em 25 de setembro de 2025 às 7:18
Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Hugo Motta. Foto: Reprodução

Deputados bolsonaristas da Câmara estão em clima de revolta e acusam o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), de “traição” após o arquivamento da PEC da Blindagem e o avanço, na Comissão de Assuntos Econômicos, de uma proposta paralela de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, conforme informações da colunista Vera Magalhães, do Globo.

Segundo caciques da Casa comandada por Hugo Motta (Republicanos-PB), havia um acordo político que previa aprovar a PEC da Blindagem junto a uma versão mais “light” da anistia para condenados do 8 de Janeiro. Deputados afirmam que a ideia de substituir a anistia ampla por mudanças nas penas partiu do próprio Alcolumbre e que a Câmara seguiu essa linha.

Agora, diante da movimentação no Senado, aliados de Motta sustentam que apenas a Câmara pode propor projetos que renunciem receitas e aumentem gastos, como o da isenção de IR. Por isso, cobram do governo que desautorize o texto relatado por Renan Calheiros (MDB-AL) e reafirme a validade da proposta relatada por Arthur Lira (PP-AL).

Nos bastidores, os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro interpretam a postura de Alcolumbre como sinal de que ele recebeu garantias do governo de que não haverá investigações contra senadores. Diante disso, prometem dar o “troco” em matérias vindas da Casa vizinha.

PEC da Blindagem arquivada

Na última terça-feira (24), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitou por unanimidade a PEC da Blindagem, que previa dar ao Congresso o poder de suspender processos contra parlamentares. Foram 26 votos contrários e nenhum favorável, o que resultou no arquivamento definitivo, já que o regimento do Senado não permite recurso em casos de rejeição unânime.

Na Câmara, a proposta havia sido aprovada em dois turnos com apoio do centrão e do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas enfrentou forte rejeição no Senado, além de protestos em todo o país no último domingo (21).