Vazamento em português durante discurso leva Trump a acusar ONU de censura

Atualizado em 25 de setembro de 2025 às 20:10
O presidente dos EUA, Donald Trump, e a primeira-dama Melania Trump sobem em escada rolante na sede das Nações Unidas em Nova York, EUA23/09/2025 • REUTERS/Kylie Cooper

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar a Organização das Nações Unidas (ONU) após uma falha técnica durante seu discurso na Assembleia Geral, em 23 de setembro de 2025. Por alguns segundos, a transmissão oficial em inglês foi substituída por áudio em português, o que levou apoiadores do republicano a denunciarem suposta “censura” ao mandatário. A situação ocorreu no mesmo evento em que Trump já havia enfrentado problemas com a escada rolante e o teleprompter da instituição.

Nas redes sociais, aliados do movimento “Make America Great Again” (MAGA) associaram o episódio a uma tentativa de atrapalhar o discurso de quase uma hora do presidente. Jason Miller, ex-porta-voz de Trump, ironizou a ONU em publicação online.

No fim da tarde da quarta- feita (24) , o embaixador norte-americano na ONU, Mike Waltz, indicado por Trump, anunciou que os Estados Unidos exigiram explicações da Secretaria Geral da instituição. Ele disse ainda que o Serviço Secreto conduz investigação própria para apurar o ocorrido. Para Waltz, “falhas escandalosas” marcaram a passagem de Trump pelo evento em Nova York.

A ONU confirmou o erro e atribuiu a falha a um intérprete não oficial que teria apertado o botão errado, permitindo a transmissão do áudio em português por alguns instantes. Segundo apuração da imprensa, o episódio não foi comunicado ao Itamaraty e não há indícios de envolvimento de profissionais do governo brasileiro.

O discurso de Trump, marcado por críticas ao multilateralismo, também incluiu menções ao Brasil e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os dois se cumprimentaram nos bastidores da Assembleia Geral e, na sequência, Trump relatou que tiveram uma “ótima química”. O petista havia discursado antes do americano no mesmo púlpito.

Em seu segundo mandato, Trump tem adotado postura de confronto com a ONU. Ele retirou os Estados Unidos de organismos como a OMS e a Unesco, além de impor cortes bilionários no orçamento destinado à instituição. A proposta enviada ao Congresso prevê redução de quase US$ 1 bilhão, o que pode resultar na demissão de até 20% dos funcionários da ONU em todo o mundo.