Aliados falam em “aproveitadores” disputando poder em volta de Bolsonaro

Atualizado em 26 de setembro de 2025 às 6:24
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

Bolsonaristas manifestaram descontentamento com integrantes do entorno do ex-presidente, acusados de se aproveitar da dificuldade de acesso a ele para atender a interesses próprios. As críticas internas se intensificaram após publicações do influenciador Paulo Figueiredo, que afirmou nas redes sociais que Jair Bolsonaro teria se tornado um “refém”.

Os principais alvos das insatisfações são o senador Ciro Nogueira (PP) e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Segundo relatos, ambos estariam buscando se posicionar politicamente em um cenário em que Bolsonaro enfrenta restrições judiciais e dificuldades de articulação.

Segundo bolsonaristas, Ciro Nogueira estaria interessado em uma possível candidatura como vice de Tarcísio de Freitas (Republicanos), caso o governador de São Paulo decida disputar a Presidência em 2026. Já Valdemar Costa Neto teria como prioridade o controle dos fundos partidário e eleitoral.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

De acordo com aliados, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que restringiu a comunicação de Bolsonaro com Eduardo Bolsonaro (PL-SP) contribuiu para ampliar disputas internas. Caciques políticos, afirmam, aproveitaram o distanciamento entre pai e filho para buscar protagonismo no comando do campo bolsonarista.

Nesse cenário, surgem versões divergentes de supostas conversas com o ex-presidente, usadas em reportagens e interpretadas de acordo com interesses pessoais. A ausência de Bolsonaro das redes sociais e a necessidade de autorização judicial para visitas dificultam qualquer desmentido, gerando o que apoiadores classificam como uma crise de liderança.

Eduardo Bolsonaro, por sua vez, segue atuando no exterior em articulações junto ao movimento MAGA, nos Estados Unidos. A proximidade dele com Paulo Figueiredo tem alimentado disputas com lideranças partidárias no Brasil, em meio ao esforço do PL para manter coeso o grupo a menos de um ano das eleições municipais de 2026.