
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, fez um gesto de afago aos ministros Alexandre de Moraes e Luiz Fux durante o coquetel de despedida de sua gestão, realizado na noite da última quarta-feira (24), em Brasília, conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo. Na próxima segunda-feira (29), quem assume o comando da Corte é Edson Fachin.
No encontro reservado, que reuniu cerca de 50 pessoas na casa de Barroso, no Lago Sul, o presidente do STF destacou a postura de Alexandre de Moraes, aplaudido pelos presentes ao afirmar que o ministro paga um preço pessoal por manter a independência do Judiciário.
Aceno a Luiz Fux
Em seguida, Barroso fez referência a Luiz Fux, lembrando que divergências fazem parte do colegiado. O ministro foi o único a votar pela absolvição de Jair Bolsonaro (PL) no julgamento do “núcleo crucial” da trama golpista, decisão que surpreendeu até aliados do ex-presidente.
No breve discurso, Barroso disse que fez questão de estar presente na sessão da Primeira Turma que concluiu o julgamento de Bolsonaro para reforçar a ideia de que ele e os colegas atuam como um mesmo “time”.

No último dia 11, Bolsonaro foi condenado por quatro votos a um a 27 anos e três meses de prisão por crimes como organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e deterioração de patrimônio tombado.
Barroso, no entanto, não mencionou os temas que dominaram o Congresso nos últimos dias, como a PEC da Blindagem, arquivada por Alcolumbre, e a anistia aos investigados pelo 8 de Janeiro. Também não tratou das especulações sobre uma eventual antecipação de sua saída do STF, prevista para 2033.
Convidados do coquetel
O evento contou ainda com a presença de ministros como Edson Fachin, Flávio Dino e Gilmar Mendes. Aos convidados, foi servido o vinho português “Bom juiz”, produzido no Alentejo.
Também participaram os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (PP-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), além de ministros do STJ, conselheiros do CNJ, o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, responsável pela denúncia contra Bolsonaro por tentativa de golpe.
Um dos presentes relatou: “Quem estava lá saiu com a certeza absoluta de que Alcolumbre não vai nunca pautar impeachment de ministro do STF. Ele abraçou e beijou um por um.”