
Onze pessoas foram presas nesta sexta-feira (26) em Cuiabá e Várzea Grande, Mato Grosso, suspeitas de integrarem uma quadrilha responsável por aplicar golpes milionários contra jogadores de futebol da Série A e, mais recentemente, por desviar R$ 250 mil de uma cooperativa em Campo Grande (MS). As ações fazem parte da Operação Euterpe, conduzida pelas Polícias Civis de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
De acordo com a investigação, o grupo conhecido como “Tropa de Cuiabá” utilizava documentos falsos para abrir contas bancárias em nome dos atletas e, em seguida, solicitava a portabilidade dos salários. Os valores eram transferidos para as contas controladas pelos golpistas, que rapidamente realizavam saques e transações para dificultar o rastreamento.
Entre as vítimas já identificadas estão o atacante Gabriel Barbosa, o Gabigol, atualmente no Cruzeiro, e o zagueiro argentino Walter Kannemann, do Grêmio. A polícia aponta que o grupo movimentou mais de R$ 1 milhão em nome de terceiros e usava parte do dinheiro para financiar músicas de funk, como forma de ostentar e atrair novos integrantes.

Durante a operação desta sexta-feira, além das prisões, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão. Em uma ação anterior, em junho, a polícia encontrou cerca de R$ 700 mil em espécie em uma caixa de papelão em Cuiabá, valor que seria proveniente das fraudes.
Segundo o delegado Ruy Peral, o esquema se sofisticou ao longo dos meses e passou a incluir golpes contra instituições financeiras, como o registrado em Campo Grande. Os investigados agora também respondem por fraude eletrônica, lavagem de dinheiro, falsificação documental e organização criminosa.
Somadas, as penas dos crimes atribuídos aos integrantes da “Tropa de Cuiabá” podem ultrapassar 30 anos de prisão. A Operação Euterpe recebeu esse nome em referência à deusa da música na mitologia grega e integra o programa Tolerância Zero às Facções Criminosas, do governo de Mato Grosso.