Preso no Panamá influenciador acusado de desviar R$ 146 milhões via Pix

Atualizado em 27 de setembro de 2025 às 10:29
O influenciador e empresário Gabriel Spalone. Foto: Reprodução

O influenciador e empresário Gabriel Spalone, de 29 anos, foi preso na última sexta-feira (26) pela Polícia Federal no Aeroporto Internacional do Panamá. Ele é suspeito de participar de um esquema que teria desviado R$ 146 milhões em operações via PIX.

Spalone estava foragido desde terça-feira (23), quando a Polícia Civil de São Paulo deflagrou a Operação Dubai. Após deixar o Brasil, ele seguiu para o Paraguai e comprou uma passagem com destino a Nova York, nos Estados Unidos, com escala no Panamá. O objetivo final, segundo as investigações, era chegar a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Ao desembarcar no Panamá, no entanto, desistiu da conexão para Nova York e adquiriu uma nova passagem para a Holanda. Foi nesse momento, enquanto tentava embarcar, que acabou detido pelo setor de imigração. As autoridades informaram que ele será extraditado primeiro ao Paraguai, onde iniciou a fuga, e depois transferido para o Brasil.

O advogado Eduardo Mauricio, que representa Spalone, afirmou que ele foi detido de maneira irregular. Segundo ele, o influenciador foi preso pelo setor de imigração “de forma ilegal e abusiva” e “nunca foi intimado pessoalmente para prestar esclarecimentos no inquérito policial”.

Com mais de 800 mil seguidores no Instagram, Spalone se apresenta como morador de Dubai, mas também possui endereços em São Paulo. Ele é dono das empresas Dubai Cash e Next Trading Dubai, que se apresentam como fintechs de pagamentos e investimentos, com atuação no Brasil e no exterior.

O esquema

De acordo com as investigações, em 26 de fevereiro de 2025 um banco identificou movimentações suspeitas: entre 4h23 e 9h47 foram realizadas 607 transferências via PIX, totalizando R$ 146,5 milhões. As operações partiram de dez contas vinculadas a uma empresa parceira do banco, prática conhecida como “PIX indireto”, considerada ilegal.

Graças à ação rápida da instituição, mais de R$ 100 milhões foram recuperados, mas cerca de R$ 39 milhões permaneceram como prejuízo para o banco e empresas correntistas.

Outros dois investigados, Guilherme Sateles Coelho e Jesse Mariano da Silva, também foram presos durante a operação em São Paulo e Campinas. Segundo a polícia, eles teriam se beneficiado de quase R$ 75 milhões do esquema.

Policiais cumprem mandados de busca e apreensão de carros e entram em imóveis de investigados no esquema de fraude com o PIX em São Paulo — Foto: Reprodução/Divulgação
Policiais cumprem mandados de busca e apreensão de carros e entram em imóveis de investigados no esquema de fraude com o Pix em São Paulo. Foto: Reprodução