Nove pessoas foram intoxicadas por metanol em São Paulo em apenas 25 dias, após consumirem bebidas alcoólicas adulteradas, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Os casos foram identificados pelo Ciatox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica) de Campinas e comunicados ao Sistema de Alerta Rápido (SAR), que considerou o surto “fora do padrão” pela rapidez e gravidade das ocorrências.
De acordo com a Senad (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos), o metanol pode causar intoxicações graves e até levar à morte. O alerta destaca que episódios de adulteração de bebidas representam uma ameaça de saúde pública, com potencial de gerar surtos epidêmicos, alta taxa de letalidade e necessidade de resposta imediata das autoridades sanitárias.
Até recentemente, os casos de intoxicação registrados pelo Ciatox envolviam principalmente a ingestão de combustíveis, muitas vezes associados a situações de abuso de substâncias por pessoas em situação de rua. Desta vez, no entanto, as ocorrências foram diferentes: aconteceram em bares e ambientes sociais comuns, envolvendo bebidas como gim, whisky e vodka.
As intoxicações foram consideradas inéditas no centro toxicológico, já que afetaram pessoas em contextos de lazer e consumo social, sem relação com o uso de combustíveis. Há suspeita de que o número real de casos seja maior, pois nem todas as vítimas procuram atendimento médico ou notificam os órgãos de saúde.
O Ministério da Justiça reforçou a importância da população buscar orientação médica ao menor sinal de intoxicação e divulgou o número do Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo (0800 771 3733), que funciona 24 horas por dia, em todo o Brasil. A equipe está preparada para esclarecer dúvidas e auxiliar em emergências relacionadas ao consumo de substâncias tóxicas.
As autoridades investigam a origem das bebidas adulteradas e reforçam a necessidade de fiscalização em estabelecimentos comerciais. O caso reacende a preocupação sobre a segurança no consumo de bebidas alcoólicas e alerta para a gravidade das consequências do metanol, que pode provocar cegueira, falência de órgãos e morte.