
Oito policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) são investigados pela Corregedoria da Polícia Militar do Rio de Janeiro após serem flagrados por câmeras corporais furtando bens durante a Operação Caixinha, realizada no Complexo do Alemão em 15 de janeiro deste ano. Os vídeos mostram os agentes revirando cômodos de uma residência e comentando sobre roupas, perfumes, tênis e até videogames.
Em uma das gravações, um dos PMs chega a ironizar: “Estou precisando de um Playstation. Se alguém encontrar, me avisa que eu jogo tudo fora”. Em outro momento, policiais falam sobre perfumes importados, entre eles o 212 VIP Black, avaliado em R$ 600, e o 1 Million, de R$ 450. Outro chegou a afirmar: “Se estivesse com a viatura, levava a JBL”, em referência a uma caixa de som encontrada no local.
As câmeras mostram mochilas sendo usadas para armazenar as peças selecionadas. Um dos policiais abre a bolsa nas costas de outro para facilitar o enchimento. Os agentes ainda comentam sobre a qualidade dos produtos: “Aqui as roupas não são de lojinha, são artigos de loja”, afirma um deles.
‘Estou precisando de um Playstation’, disse PM do Bope enquanto revirava casa com colegas durante furto no Alemão https://t.co/5RbJH2sUa3 pic.twitter.com/1xkJ7pRjjd
— Jornal O Globo (@JornalOGlobo) September 30, 2025
A ação tinha como alvo o traficante Fhillip da Silva Gregório, conhecido como Professor, apontado como um dos principais fornecedores de armas do Comando Vermelho. Durante a operação, os policiais também consumiram produtos da casa invadida, como latas de energético.
A gravação só veio à tona porque o cabo Leandro Silva Pereira dos Santos, responsável por uma das câmeras corporais, não desligou o equipamento. Ele aparece participando dos furtos, o que se tornou prova fundamental para a investigação aberta pela Corregedoria.
O Ministério Público foi acionado na mesma tarde da operação, após receber a denúncia acompanhada de trechos da filmagem. O caso agora está sob análise e pode resultar em responsabilização administrativa e criminal dos policiais envolvidos.