
O jornal francês Le Monde publicou um perfil de Celso Amorim, 83 anos, descrevendo-o como “o diplomata mais experiente e celebrado do Brasil” e apontando que, mesmo sem liderar um ministério, ele “conduz a política externa do país”. Amorim é apresentado como figura inseparável de Lula há três décadas, atuando como conselheiro próximo em negociações internacionais de alto nível.
A publicação lembra que sua carreira começou no início dos anos 1960, em meio à crise dos mísseis de Cuba. Desde então, Amorim ocupou cargos de embaixador na ONU, em Genebra e no Reino Unido, além de deter o recorde de longevidade no comando do Itamaraty: quase dez anos, entre os governos de Itamar Franco e Lula.
Com uma combinação de “cultura e simplicidade”, descrita pelo jornal, Amorim também é lembrado por sua “memória fenomenal e humor hilariante”. Segundo o perfil, Lula confia nele para lidar com temas delicados como Ucrânia, Gaza, Donald Trump e Venezuela. Le Monde acrescenta que o conselheiro é um dos poucos capazes de dizer não ao presidente.

O texto ressalta que a boa relação entre Amorim e Lula tem origem no fato de ambos serem negociadores natos. Essa sintonia é apresentada como fundamental para a condução de crises e articulações internacionais.
O jornal também revisita sua trajetória desde a entrada no Instituto Rio Branco até a missão como negociador-chefe do Brasil nos primeiros anos da Organização Mundial do Comércio (OMC). Para a publicação, sua carreira é comparável a um roteiro cinematográfico.
Por fim, Le Monde lembra que dois de seus quatro filhos seguiram carreira no cinema. “A vida é um filme permanente em tempo real”, declarou Amorim em entrevista ao jornal francês, ao resumir uma trajetória marcada por presença constante nos bastidores do poder brasileiro.