‘Shutdown’: Congresso trava orçamento e pode paralisar governo dos EUA

Atualizado em 30 de setembro de 2025 às 23:17
Congresso dos EUA
Congresso dos Estados Unidos – Reprodução

O governo dos Estados Unidos deve entrar em paralisação nesta quarta-feira (1º) depois que o Congresso não conseguiu aprovar o orçamento para manter o financiamento federal. Sem acordo, diversos serviços públicos poderão ser suspensos, com impacto em áreas como saúde, segurança e turismo.

A votação mais recente, na noite desta terça-feira (30), recebeu 55 votos no Senado, insuficientes para alcançar os 60 necessários. A sessão foi encerrada, e os trabalhos só devem ser retomados no dia seguinte.

O prazo para aprovação termina às 23h59 de terça, horário local (0h59 de quarta em Brasília). Mesmo que o Senado consiga aprovar uma nova proposta, o texto ainda precisa passar pela Câmara, que não está em sessão.

No centro do impasse está a exigência dos democratas de incluir a prorrogação de programas de saúde, enquanto os republicanos aliados de Donald Trump defendem que esses temas sejam tratados separadamente do orçamento.

As negociações fracassaram após uma reunião na Casa Branca na segunda-feira (29), entre lideranças democratas, republicanas e o presidente. Trump acusou os adversários de usar o orçamento como moeda de troca antes das eleições legislativas de 2026 e afirmou que poderia demitir servidores ligados aos democratas caso a paralisação fosse confirmada. “Vamos demitir muita gente. E eles serão democratas”, declarou.

Durante o shutdown, apenas serviços essenciais seguem em operação, como segurança pública, fiscalização de fronteiras e parte do controle aéreo. A Administração Federal de Aviação informou que 11 mil funcionários serão afastados, enquanto 13 mil controladores de tráfego aéreo terão de trabalhar sem receber salários. O país já enfrenta déficit de cerca de 3.800 controladores, o que pode provocar atrasos nos voos.

Os efeitos também atingem o turismo, já que parques nacionais, museus e zoológicos federais podem fechar ou reduzir atividades. Para os moradores, programas como aposentadorias e benefícios de invalidez continuam ativos, assim como o serviço postal. No entanto, tribunais federais, Receita Federal e assistência alimentar podem ser limitados caso a paralisação se prolongue.

No Pentágono, mais da metade dos 742 mil funcionários civis será afastada, enquanto 2 milhões de militares permanecem em seus postos. Visitas oficiais de chefes de Estado e autoridades estrangeiras deverão ser canceladas.

A última paralisação ocorreu entre 2018 e 2019, também sob Trump, quando a construção do muro na fronteira com o México travou o orçamento. O episódio durou 35 dias e gerou perdas estimadas em US$ 3 bilhões.

Jessica Alexandrino
Jessica Alexandrino é jornalista e trabalha no DCM desde 2022. Sempre gostou muito de escrever e decidiu que profissão queria seguir antes mesmo de ingressar no Ensino Médio. Tem passagens por outros portais de notícias e emissoras de TV, mas nas horas vagas gosta de viajar, assistir novelas e jogar tênis.