
O bar Ministrão, localizado na região dos Jardins, em São Paulo, foi interditado nesta terça-feira (30) em uma ação da Polícia Civil em conjunto com a Vigilância Sanitária. Durante a operação, foram apreendidas garrafas de bebidas destiladas que serão analisadas pela Polícia Científica para verificar possível presença de metanol.
De acordo com Manoel Bernardes, diretor do Centro de Vigilância Sanitária do Estado, o estabelecimento adquiriu bebidas de um vendedor de rua sem nota fiscal. O proprietário do bar, Zé Rodrigues, foi conduzido à delegacia para prestar esclarecimentos. Ele confirmou a compra, mas negou irregularidades. “Não sei se a vodka é falsa. No meu comércio nunca entrou. Fiquei triste que o laudo saiu hoje”, declarou.
O dono também afirmou que adquiriu bebidas de distribuidores de rua, prática que admitiu ser comum. “Bebida quente é difícil comprar. A gente compra diretamente desses caras que vendem na rua, mas são conhecidos”, disse. A declaração levantou preocupações sobre a cadeia de fornecimento de bebidas comercializadas em bares e restaurantes da capital paulista.

A Vigilância Sanitária informou que o bar poderá responder a processo administrativo, que pode resultar em multa e até interdição definitiva. Já a Polícia Civil investiga se as bebidas vendidas no local têm relação com mortes suspeitas por intoxicação em São Paulo. O caso se soma a outras interdições de bares realizadas nos últimos dias após denúncias de bebidas adulteradas.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) emitiu uma recomendação urgente a estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas em São Paulo e em regiões próximas. O documento orienta bares, restaurantes, hotéis, distribuidoras e plataformas de comércio eletrônico a redobrar a atenção para indícios de adulteração, como lacres danificados, erros de impressão e preços muito abaixo do mercado.
Segundo o MJSP, sintomas como visão turva, náusea e dor de cabeça após o consumo devem ser considerados sinais de alerta para suspeita de contaminação por metanol. O governo estadual de São Paulo já confirmou mortes ligadas à substância, e a Polícia Federal abriu um inquérito próprio para investigar a origem e a distribuição das bebidas adulteradas.