
Líderes do centrão dizem que já há apoio suficiente para aprovar o PL da Dosimetria no Congresso, faltando apenas vencer a resistência de dois personagens: o ministro Alexandre de Moraes (STF), alvo de sanções dos Estados Unidos contra ele e sua mulher, e presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que ainda não deu aval final ao texto.
Segundo a Folha, há otimismo, porém, nos dois fronts. A aposta é que os próprios colegas de Alexandre no STF, favoráveis à redução de penas, ajudarão a acalmá-lo. E, com o aceite do Judiciário, Alcolumbre não se oporia.
A costura que está sendo feita é votar na semana que vem o relatório do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) com apoio inclusive dos bolsonaristas. Já existe a expectativa de que aliados do ex-presidente apresentem um destaque para tentar incluir a anistia ampla, geral e irrestrita no texto, mas há dúvidas sobre se haveria apoio para aprovar a modificação.

Obter o respaldo da esquerda à dosimetria é mais difícil, o que não impediria que fosse alcançada maioria nas duas Casas do Congresso pela aprovação do projeto.
Com o impasse em torno do texto de Paulinho da Força para o projeto de lei da dosimetria (ex-anistia), ainda sem previsão de votação na Câmara apesar de a urgência ter sido aprovada pelo plenário da Casa há duas semanas, deputados do Centrão passaram a defender que a tramitação da proposta agora comece pelo Senado.
A motivação da manobra legislativa seria a necessidade de compartilhar com os senadores o desgaste com o que Hugo Motta classificou na semana passada de “pautas tóxicas”. Duas semanas atrás, vale lembrar, a Câmara aprovou a PEC da Blindagem, enterrada dias depois pelo Senado, com votação unânime na CCJ da Casa.