Novo Imposto de Renda: trabalhador terá até R$ 313 a mais por mês

Atualizado em 2 de outubro de 2025 às 12:15
Aplicativo da Receita Federal em celular. Foto: Reprodução

A Câmara dos Deputados aprovou a reforma do Imposto de Renda que amplia a isenção para quem recebe até R$ 5 mil por mês. A mudança, que ainda precisa passar pelo Senado, começa a valer em 1º de janeiro de 2026 e vai zerar a cobrança do IR para essa faixa salarial, tanto em salários quanto em aposentadorias. O 13º também entra na regra, ficando isento até esse valor.

Trabalhadores que recebem entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350 terão redução parcial, calculada por uma fórmula definida no texto: R$ 978,62 menos 13,3145% da renda tributável mensal. Nesse caso, quanto maior o salário dentro dessa faixa, menor será o desconto aplicado. Acima de R$ 7.350, não haverá benefício.

De acordo com as estimativas, os contribuintes isentos terão até R$ 312,89 de alívio mensal, o que representa quase R$ 3.750 em um ano, considerando o 13º. Atualmente, apenas quem recebe até R$ 3.036 já é isento. Com a nova regra, a desoneração da base da pirâmide deve atingir 16 milhões de pessoas e custar cerca de R$ 31,2 bilhões anuais.

Veja a nova tabela:

Ganho por mês por mês por faixa salarial após aprovação da ampliação da isenção do Imposto de Renda. Foto: Reprodução/Folha de S.Paulo

A proposta, porém, não altera imediatamente a tabela do IR. O relator Arthur Lira incluiu um compromisso de que, em até um ano, o governo enviará projeto para criar uma política de atualização automática dos valores pela inflação. Hoje, a tabela segue defasada após anos de congelamento entre 2016 e 2023.

A mudança só terá impacto na declaração a ser entregue em 2027, referente aos rendimentos de 2026. Isso significa que os contribuintes ainda terão de declarar normalmente em 2026 com base nos salários recebidos em 2025, sem mudanças nas restituições do próximo ano.

Veja como é atualmente:

Dedução por faixa de renda. Foto: Reprodução/Folha de S.Paulo

Para equilibrar a perda de arrecadação, a reforma cria um imposto mínimo de 10% sobre altas rendas. A medida atinge cerca de 141 mil contribuintes que, em média, pagam apenas 2,5% sobre seus ganhos totais, graças à isenção de lucros e dividendos. A cobrança será aplicada sempre que o valor recolhido ficar abaixo desse piso.

Esse imposto mínimo começa a incidir sobre rendimentos de R$ 50 mil por mês, chegando a 10% sobre ganhos anuais de R$ 1,2 milhão ou mais. O objetivo é aproximar a carga tributária da elite econômica da realidade enfrentada por trabalhadores assalariados, que já arcam com alíquotas de até 27,5%.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.