Intoxicação por metanol: ao menos dois menores de idade estão entre as vítimas

Atualizado em 2 de outubro de 2025 às 12:13
Doses de bebida alcoólica. Foto: Reprodução

Ao menos dois menores de idade estão entre as vítimas da crise de intoxicação por metanol em São Paulo investigada por autoridades. Até o momento, são 37 casos suspeitos, sendo 10 confirmados e 6 mortes, segundo o secretário de Saúde, Eleuses Paiva.

A presença de menores entre os intoxicados chamou atenção das autoridades. Paiva afirmou conhecer “dois casos de adolescentes que beberam fora de casa”. Para ele, a situação é ainda mais grave porque, além de bebida adulterada, houve fornecimento a quem não poderia consumir álcool legalmente.

A Grande São Paulo concentra os registros e é considerada o epicentro da emergência de saúde pública. Segundo Paiva, o governo está em alerta máximo e se “preparando para uma guerra”. A rede hospitalar conta com estoques de etanol (usado como antídoto) suficientes para atender ao menos 150 pacientes no Hospital das Clínicas e mais em outras unidades.

A expectativa é que os casos diminuam após as medidas de fiscalização e alerta. O secretário explicou que a vigilância estadual passou a rastrear os pontos de consumo após identificar padrões de intoxicação em bares e distribuidoras.

Em alguns casos, jovens beberam em mais de um local na mesma noite, o que dificulta a investigação. “Estamos fazendo fiscalização em todos os locais apontados, observando rótulos, lacres e selos fiscais. Se não houver, lacramos as bebidas e, em situações mais graves, fechamos o estabelecimento”, afirmou a jornal O Globo.

Vigilância apreende garrafas de bebidas em bares de São Paulo nesta quarta (1º). Foto: Divulgação/Governo de SP

As apurações indicam que pode haver um lote contaminado distribuído para diferentes bares. Embora não tenha revelado nomes, Paiva confirmou que há mais de um distribuidor sob investigação. A orientação às equipes é mapear de onde vieram as bebidas e, em casos suspeitos, isolar o fornecimento.

Entre os 31 sobreviventes, um paciente segue em estado grave, submetido a hemodiálise, enquanto outros relataram sequelas, como perda de visão. A periculosidade do metanol, um solvente químico usado ilegalmente para adulterar bebidas, tem preocupado especialistas por causar intoxicações rápidas e potencialmente fatais.

O governo estadual reforçou a orientação à população: qualquer pessoa que apresentar sintomas atípicos após ingerir destilados (como dor abdominal intensa, tontura, dificuldade de raciocínio ou sensibilidade à luz) deve procurar imediatamente atendimento médico.

“Não é uma ressaca comum, pode ser sinal de intoxicação”, completou o secretário. Enquanto isso, a Polícia Civil e órgãos de fiscalização trabalham para identificar os responsáveis pela distribuição das bebidas adulteradas.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.