
O advogado criminalista Luiz Fernando Pacheco, de 51 anos, foi encontrado morto na madrugada de quarta (1º), no bairro de Higienópolis, em São Paulo. Ele estava sem documentos, e sua identificação só foi possível por meio de exame papiloscópico.
Pacheco iniciou a carreira em 1994 no escritório do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, onde se tornou sócio em 2000, e foi formado em direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em 1996. Com mais de 30 anos de atuação, era reconhecido como um dos nomes mais respeitados na área penal.
Em 2013, fundou o escritório Luiz Fernando Pacheco Advogados, especializado em direito penal. Ao longo da carreira, trabalhou ao lado de profissionais como Dora Cavalcanti, Sandra Pires e Camila Nogueira Gusmão Medeiros.
Também concluiu uma especialização em direito penal econômico e europeu, oferecida pelo Instituto Brasileiro de Ciências Criminais e pela Universidade de Coimbra. Pacheco ganhou projeção nacional ao atuar na defesa de José Genoino durante o julgamento do mensalão, em 2005.
Fora dos tribunais, Pacheco ajudou a fundar o Grupo Prerrogativas, coletivo de advogados progressistas, e se destacou na OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil). Ingressou em 2015 na Comissão de Direito Penal e Econômico, chegando em 2022 à presidência da Comissão de Direitos e Prerrogativas da seccional. Também foi conselheiro estadual da Ordem e integrou a Primeira Turma Julgadora do Conselho de Prerrogativas.

O advogado ocupava ainda cargos de destaque em outras instituições: era vice-presidente do Conselho Deliberativo do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD) e já havia integrado o Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas do governo federal.
Pacheco deixou a presidência da Comissão de Direitos e Prerrogativas em 2024. Sua morte foi lamentada por colegas e instituições: ele era descrito como um profissional “solidário, generoso e extremamente inteligente” por membros do Prerrogativas e “um guerreiro do bem” pela OAB-SP.
“Perdemos um amigo ímpar e um guerreiro do bem. O melhor que faremos é seguir honrando a luta pelo direito de defesa e das prerrogativas da advocacia, causas que ele abraçou com paixão e ética”, afirmou o presidente da OAB-SP, Leonardo Sica.