
Na quinta-feira (2), a primeira-dama de São Paulo, Regina Carnovale Nunes, prestou depoimento ao Ministério Público em investigação que apura suposta improbidade administrativa do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Ela foi ouvida como testemunha pela Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social.
O inquérito analisa o aluguel de um apartamento de luxo em Jurubatuba, na Zona Sul da capital, onde o casal morou por alguns meses em 2022. O imóvel pertence à Imóveis Ravello, empresa ligada ao empresário Fernando Marsiarelli, dono também da FFL Sinalização, que obteve contratos emergenciais com a prefeitura.
De acordo com dados do Portal da Transparência, a FFL firmou contratos sem licitação com a Prefeitura de São Paulo que somaram aproximadamente R$ 600 milhões entre 2021 e 2024. A empresa foi responsável por serviços que iam da recuperação de viadutos à contenção de margens de córregos.
O contrato de locação foi assinado digitalmente por Regina Carnovale e previa 90 dias de aluguel por R$ 36 mil, valor que deveria ser pago à vista. A imobiliária responsável pelo contrato é ligada ao irmão de um ex-diretor da SPObras, órgão municipal de obras públicas.

No depoimento, a primeira-dama disse que a escolha do imóvel foi indicação do ex-diretor da SPObras, negando participação direta do prefeito. Ela afirmou também que o valor do contrato não chegou a ser pago devido a um débito da imobiliária com Ricardo Nunes. Seu advogado ressaltou que Regina não conhecia o proprietário e apenas escolheu entre cinco opções apresentadas.
Quando o caso se tornou público em dezembro de 2024, Ricardo Nunes declarou que não sabia quem era o dono do apartamento, já que os recibos estavam em nome da imobiliária. O depoimento dele foi enviado por escrito ao Ministério Público. A promotora Karina Mori deve ouvir novas testemunhas nas próximas etapas da investigação.