Isolado nos EUA, Eduardo Bolsonaro insiste em disputar a Presidência em 2026

Atualizado em 3 de outubro de 2025 às 9:27
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL). Foto: Jessica Koscielniak

Isolado politicamente e morando há seis meses nos Estados Unidos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirma que pretende manter seu nome à Presidência da República em 2026. Em meio a pressões de aliados, ele avalia até mesmo mudar de partido para viabilizar a candidatura, conforme informações da colunista Letícia Casado, do UOL.

O “Bananinha” enfrenta resistência dentro do próprio PL e de integrantes do Centrão, mas aliados dizem que ele já discute migração para outras legendas.

O argumento apresentado é de que Eduardo “puxa mais votos do que muitos governadores” e poderia levar até 30 parlamentares para um novo partido. No entanto, na avaliação de congressistas, esse cenário é visto como improvável.

O “fator Eduardo”

Parte da classe política considera que o “fator Eduardo” se tornou um passivo caro. Na visão de parlamentares, ele foi o principal articulador da direita no fracassado projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, que acabou travando a pauta do Congresso em 2025.

A percepção se intensificou em um momento delicado: em apenas dois dias, houve protestos contra medidas de blindagem parlamentar e anistia, Trump acenou positivamente a Lula na ONU e os EUA sancionaram a esposa do ministro Alexandre de Moraes, do STF, gesto que gerou atritos com o Centrão.

Integrantes do PL também reconhecem que Eduardo radicalizou ainda mais desde que se mudou para os EUA. Líder da sigla na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ) se reuniu com o deputado em Miami e pediu “moderação”, mas ouviu que não haverá mudança de postura.

Um parlamentar próximo ao filho “03” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirma não acreditar que sua candidatura à Presidência avance, avaliando que Centrão e STF atuariam para barrar a chapa antes de ser formada.

Rivalidades internas na direita

Esse mesmo deputado destaca que Eduardo poderia fortalecer a direita caso parasse de atacar outros pré-candidatos da oposição. Entre eles está Tarcísio de Freitas (Republicanos), que passou a ser chamado de “traidor” por apoiadores radicais e hoje cogita disputar apenas a reeleição em São Paulo, e não a Presidência.

A ideia de deixar o PL não é nova. Ainda antes de se mudar para os Estados Unidos, Eduardo já cogitava se filiar ao Novo, hipótese que foi descartada. Por ora, ele segue isolado, mas decidido a manter seu nome na disputa de 2026.

Eduardo Bolsonaro ainda diz que só não será candidato se seu pai for: “Caso eles forcem Bolsonaro, que está na condição de refém, a tomar decisão que não será livre, eu ainda assim estarei disposto a lançar candidatura”, disse o parlamentar.