
O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, esteve na noite de quinta (2) no porto de Ashdod, para onde a Marinha levou os ativistas da Flotilha Global Sumud após sequestro em alto-mar. Em tom de provocação, ele atacou e insultou os detidos.
De acordo com um vídeo divulgado nas redes sociais, Ben-Gvir gritou para os ativistas, que estavam sentados no chão, chamando-os de “terroristas” e “defensores de assassinos”. Apontando para os barcos, afirmou: “Seus navios são um desastre total”.
Ele disse que os voluntários não estavam indo a Gaza para ajudar, mas “para apoiar terroristas”. Em resposta, os ativistas gritaram: “Palestina livre”.
Ben-Gvir ainda embarcou em uma das embarcações e acusou os ativistas de não levarem nenhuma ajuda humanitária aos palestinos. “Não vejo nada aqui. Isso tudo foi uma grande festa. Sem ajuda, sem ajuda humanitária”, completou.
“These are the flotilla terrorists.”
In a video circulating online, Israeli National Security Minister Itamar Ben Gvir can be seen repeatedly calling Global Sumud Flotilla activists “terrorists” as they were waiting for their transfer to an Israeli prison pic.twitter.com/7OiSMNeIrI
— Middle East Eye (@MiddleEastEye) October 3, 2025
Há diversos brasileiros entre os ativistas detidos na flotilha, como a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE). O Itamaraty informou que realizará visitas consulares nesta sexta (3) para verificar a situação dos cidadãos retidos em Ketziot, centro de detenção localizado a cerca de 30 quilômetros da fronteira com o Egito.
Segundo nota da assessoria da deputada, “todas as pessoas detidas, incluindo a delegação brasileira, já foram transferidas para o centro de detenção de Ketziot, onde o serviço consular do Brasil realiza visitas para verificar as condições de integridade física e segurança”.
Militares israelenses alegaram ao jornal Haaretz que a flotilha violava o bloqueio naval imposto sobre Gaza e os ativistas estariam envolvidos em uma “provocação Hamas-Sumud”. Autoridades disseram que a ajuda deveria ser entregue em portos alternativos, como Chipre ou Egito, e justificaram que as detenções fazem parte de sua política de segurança.