
O rapper e empresário Sean “Diddy” Combs recebeu, nesta sexta-feira (3), a pena de 4 anos e 2 meses de prisão imposta pelo Tribunal Federal de Manhattan. A condenação se refere a acusações ligadas ao transporte de mulheres com fins de prostituição, com base na Lei Mann, que proíbe o deslocamento de pessoas entre estados para exploração sexual. Combs, no entanto, foi absolvido das denúncias mais graves que pesavam contra ele, incluindo tráfico sexual e conspiração para extorsão.
Promotores federais, advogados de Sean Combs apresentaram um vídeo de 11 minutos do artista pedindo uma segunda e membros de sua família, em choro, apresentaram seus argumentos durante a audiência de sentença do magnata da música em Manhattan.
A promotoria defendeu que Combs deveria cumprir mais de uma década na prisão pela condenação em acusações relacionadas à prostituição. Já os advogados pediram uma pena bem mais curta, que permitiria a libertação do cliente ainda neste ano. Em discursos emocionados, seis filhos do empresário pediram clemência ao juiz.
O julgamento teve início em maio de 2025 e trouxe à tona relatos de abusos que, segundo as vítimas, ocorreram ao longo de mais de vinte anos. Testemunhas descreveram episódios de coerção, intimidação e manipulação psicológica. A defesa alegou que o caso foi construído de maneira “exagerada” e criticou a condução do processo, classificando-a como “excessivamente zelosa”. Mesmo assim, o juiz Arun Subramanian fixou a pena em quatro anos, dentro do parâmetro estabelecido pelas diretrizes federais.

Detido desde setembro de 2024, Diddy já havia tido diversos pedidos de liberdade sob fiança negados. Durante a audiência final, seus seis filhos adultos prestaram declarações emocionadas, pedindo clemência.
“Por favor, Meritíssimo, dê à nossa família a chance de se curar juntos”, disse D’Lila Combs, uma das filhas. A defesa também exibiu um vídeo de 11 minutos destacando a trajetória de Combs como filantropo e líder na indústria musical.
Os promotores, que pediam uma pena mais severa, ressaltaram diante do juiz os efeitos da violência de Combs sobre as vítimas e o que classificaram como ausência de remorso.
A promotora Christy Slavik disse que o réu, aparentemente confiante em receber uma sentença branda, já havia marcado palestras em Miami para a próxima semana. “Isso é o cúmulo da arrogância”, afirmou. A defesa rebateu, descrevendo o empresário como um homem transformado.
Combs foi condenado por duas acusações de transporte para prostituição, cada uma com pena máxima de dez anos. A defesa sugeriu que a sentença fosse limitada a 14 meses, enquanto a acusação solicitou mais de 11 anos. A decisão final coube ao juiz Arun Subramanian, que seguiu as diretrizes federais indicando pena entre 70 e 87 meses. O magistrado também afirmou que poderia levar em conta todas as condutas e provas apresentadas no julgamento para definir a sentença.