Quem são as 7 vítimas com suspeita de intoxicação por metanol

Casos de intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas vêm aumentando em São Paulo e já resultaram em internações graves, perda de visão e mortes. Segundo o último boletim da Secretaria Estadual da Saúde, divulgado na sexta-feira (3), o estado já contabiliza 102 notificações — sendo 91 casos em investigação e 11 confirmados, com presença da substância no organismo.

A capital paulista concentra a maior parte das ocorrências, com 48 investigações em andamento e 8 confirmações. Até o momento, nove mortes foram registradas, uma delas já confirmada como provocada pela ingestão de bebida adulterada. Com informações do G1.

Primeira morte confirmada

A primeira vítima confirmada de morte por intoxicação por metanol no Brasil é Ricardo Lopes Mira, de 54 anos. Morador de São Paulo, ele passou mal em 12 de setembro e morreu quatro dias depois, em 16 de setembro.

De acordo com o boletim da Polícia Civil, Ricardo foi levado ao Hospital Villa Lobos, na Zona Leste, após apresentar sintomas como rebaixamento de consciência, dispneia e rigidez de nuca. O relatório médico apontou intoxicação exógena por álcool etílico, cetoacidose e edema cerebral.

A Rede D’Or, responsável pelo hospital, informou em nota que “o Hospital Villa Lobos tem por política não divulgar nenhuma informação sem autorização do paciente ou familiares”.

Jovem entra em coma após tomar gin adulterado

Rafael Anjos Martins, de 28 anos, comprou duas garrafas de gin, gelo de coco e energético em uma adega da Cidade Dutra, Zona Sul de São Paulo, no dia 30 de agosto. Poucas horas após beber com amigos, passou mal e foi internado em estado grave.

Os médicos realizaram procedimentos para remover a toxina, mas o metanol já havia atingido o cérebro e o nervo óptico. Rafael está em coma, internado na UTI de um hospital de Osasco.

Uma das amigas que também bebeu, Nathalia Carozzi Gama, relatou ter sofrido perda parcial de visão. “As coisas estavam com muito contraste e muita falta de ar, com mal-estar, um peso no corpo. Eu fui para o hospital, fizeram o exame e viram que estava com metanol”, disse.

Designer perde a visão após beber caipirinhas em bar

A designer de interiores Radharani Domingos, de 43 anos, perdeu a visão após consumir três caipirinhas feitas com vodca em um bar dos Jardins, na Alameda Lorena. O local foi interditado.

Ela chegou a ser internada na UTI, sofreu convulsões e precisou ser intubada. Segundo a irmã, Lalita Domingos, não há previsão de alta.

“O oftalmologista entrou com tratamentos para reverter o quadro da visão, mas ela [visão] permanece comprometida. Estamos na expectativa de que algo mude”, afirmou.

Jovem tem quadro grave após show de pagode

Bruna Araújo de Souza, de 30 anos, foi a um bar em São Bernardo do Campo para assistir a um show de pagode no domingo (28). Ela bebeu um combo de vodca com suco de pêssego e, no dia seguinte, começou a sentir fortes dores no corpo, falta de ar e visão turva.

Bruna foi levada a uma UPA, mas o quadro se agravou e ela precisou ser transferida, intubada, para o Hospital de Clínicas de São Bernardo, onde permanece em estado grave.

Uísque em festa causa coma

Wesley Pereira, de 31 anos, passou mal após consumir uísque em uma festa na Zona Sul de São Paulo, em agosto. Poucas horas depois, entrou em coma e segue internado no Hospital do Campo Limpo.

A família relatou que ele sofreu pneumonia por broncoaspiração, falência renal e AVC durante a internação.

Empresário morre após beber vodca comprada em adega

O advogado e empresário Marcelo Lombardi, de 45 anos, dono de uma imobiliária na Zona Sul de São Paulo, morreu após consumir uma garrafa de vodca adulterada. Ele havia comprado a bebida em uma adega para beber em casa.

Na manhã seguinte, acordou desorientado e sem visão. Foi levado ao hospital, mas não resistiu. O atestado de óbito apontou intoxicação por metanol como causa da morte.