Preso por falsificação manipulava mais de 10 mil bebidas com metanol por mês

Atualizado em 4 de outubro de 2025 às 20:28
Materiais apreendidos pela Polícia Civil em operação do Deic contra falsificação de bebidas destiladas em São Paulo. Foto: Deic/Polícia Civil

A Polícia Civil de São Paulo prendeu Ilson de Sales do Amor Divino, de 50 anos, suspeito de integrar uma rede de falsificação de bebidas alcoólicas destiladas. Segundo o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), o homem manipulava mais de 10 mil garrafas de gim, vodca e uísque por mês na região da Brasilândia, zona norte da capital.

As investigações apontam que Ilson recolhia garrafas vazias em bares e adegas, fazia a limpeza e repassava os recipientes a endereços no interior paulista, onde as bebidas adulteradas eram envasadas e distribuídas. As garrafas, tampas e rótulos apreendidos sugerem uma estrutura de produção contínua e organizada.

O delegado Paul Verduraz afirmou ao Estadão que o esquema pode estar ligado aos casos recentes de intoxicação por metanol no estado. “Há grandes expectativas de fechar essa questão. Tudo indica que está relacionado”, declarou. A hipótese mais forte é que o metanol tenha sido usado na limpeza dos vasilhames reutilizados.

O Ministério da Saúde informou que o país soma 113 notificações de intoxicação por metanol até sexta-feira (3), sendo 101 em São Paulo. Onze casos foram confirmados e 12 mortes estão em investigação. Bahia, Paraná e Mato Grosso do Sul notificaram os primeiros casos suspeitos.

As autoridades reforçam que a falsificação envolve a reutilização de garrafas originais e a venda dos produtos em bares e distribuidoras da Grande São Paulo e do ABC. O material apreendido — incluindo celulares e computadores — será periciado para identificar novos envolvidos e possíveis ramificações interestaduais.

O governo federal mantém uma sala de situação em Brasília para monitorar o avanço da crise e distribuir etanol farmacêutico aos hospitais. O antídoto é usado para tratar pacientes intoxicados por metanol, que pode causar cegueira, insuficiência renal e morte.

 

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