“Nunca mais fomos os mesmos”: CEO do Oscar diz que foto de Fernanda Torres mudou Academia

Atualizado em 4 de outubro de 2025 às 22:53
Bill Kramer, CEO da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, em visita ao Rio de Janeiro Foto: Claudio Andrade

O CEO da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, Bill Kramer, afirmou durante visita ao Rio de Janeiro que o Oscar vive uma nova fase desde que uma foto da atriz Fernanda Torres foi publicada nas redes oficiais da instituição. Segundo ele, a imagem, registrada durante a cerimônia do Governors Awards, em novembro de 2024, impulsionou recordes de engajamento e “mudou a relação da Academia com o público brasileiro”.

Em entrevista ao O Globo, Kramer declarou que o Oscar 2025 superou o Super Bowl e o Grammy em interação nas redes sociais, com milhões de visualizações vindas da América Latina. “Foi histórico. Tivemos muito amor, apoio e comentários em português. Nunca mais voltamos a ser como antes”, afirmou. O executivo está no Brasil para participar da 27ª edição do Festival do Rio, evento que celebra o cinema nacional.

O sucesso de “Ainda Estou Aqui”, vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional dirigido por Walter Salles, também foi citado como símbolo da força da produção brasileira. Kramer destacou que o crescimento da audiência na região “reflete o protagonismo cultural do país” e confirmou que Salles será homenageado na próxima Academy Museum Gala, no dia 18 de outubro, com o prêmio Luminary Award.

Durante o evento, que contará com presenças de artistas como Penélope Cruz e Bruce Springsteen, o diretor brasileiro será reconhecido por sua contribuição ao cinema mundial. “Walter é um amigo da Academia e tem uma carreira brilhante. Sentimos que era o ano perfeito para celebrar seu trabalho”, disse o CEO.

Kramer também ressaltou a importância da internacionalização do Oscar, afirmando que 20% dos 11 mil membros da Academia vivem fora dos Estados Unidos. “Temos 200 membros na América Latina, sendo 60 brasileiros, e queremos aumentar esse número”, declarou. A viagem faz parte de um esforço de aproximação da instituição com novos realizadores.

O executivo evitou comentar a proposta do presidente Donald Trump de taxar em 100% filmes estrangeiros, mas afirmou acreditar que o cinema continuará sendo global. “A natureza de como os filmes são feitos e vistos no mundo é inevitavelmente internacional”, concluiu.