Governo notifica Meta para remover grupos que vendem produtos para falsificar bebidas

Atualizado em 5 de outubro de 2025 às 19:03
Logo da Meta, empresa responsável pelo Facebook, Instagram e WhatsApp. Foto: Reprodução

A Advocacia-Geral da União (AGU) notificou a Meta neste domingo (5) para excluir grupos e perfis do Facebook e do Instagram que vendem materiais usados na produção ilegal de bebidas alcoólicas. A empresa tem 48 horas para apresentar medidas concretas de combate a esse comércio, que envolve lacres, rótulos, garrafas e até selos falsificados da Receita Federal.

Segundo a AGU, esses perfis oferecem insumos de marcas conhecidas com entrega em todo o país e venda em larga escala. O órgão avalia que o comércio desses materiais alimenta o mercado de bebidas adulteradas e clandestinas, o que representa risco direto à saúde da população.

O governo federal relaciona a ação ao aumento recente dos casos de intoxicação por metanol no país. O Ministério da Saúde registrou 195 notificações até o último sábado (4), a maioria ligada ao consumo de bebidas falsificadas. O objetivo da medida é interromper a cadeia de fornecimento de materiais usados na fabricação clandestina.

Agente fiscaliza bebidas em estabelecimento em São Paulo, de costas, com garrafas no fundo da foto
Agente fiscaliza bebidas em estabelecimento em São Paulo – Divulgação/Governo do Estado São Paulo

Para a AGU, o comércio desses produtos em plataformas digitais viola normas sanitárias, penais e de defesa do consumidor. O órgão destacou que a falta de moderação contraria as próprias políticas da Meta, que proíbem a venda de produtos ilegais e de materiais destinados à falsificação.

Além da exclusão dos grupos, a AGU pediu à empresa que detalhe em até dois dias as ações adotadas para impedir novas publicações do tipo. O governo quer evitar que o ambiente virtual continue sendo usado para abastecer o comércio de bebidas adulteradas, que vêm provocando internações e mortes no Brasil.

A notificação integra uma força-tarefa federal que inclui também o Ministério da Justiça, a Polícia Federal e a Anvisa. A iniciativa busca responsabilizar tanto os fabricantes clandestinos quanto as plataformas que permitem a circulação de conteúdos que incentivem ou facilitem práticas ilegais.