
Aliados de Jair Bolsonaro (PL) têm enviado recados ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo um “sinal de pacificação” para aliviar o clima de tensão entre a Corte e o bolsonarismo, conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo.
A movimentação ocorre enquanto o deputado foragido Eduardo Bolsonaro e o golpista Paulo Figueiredo articulam nos Estados Unidos sanções do governo Trump contra autoridades brasileiras, em especial contra o ministro Alexandre de Moraes. O gesto, porém, é visto por ministros do Supremo como mais um motivo para endurecer a postura.
Em conversas reservadas, interlocutores próximos ao ex-presidente têm tentado convencer magistrados a arquivar inquéritos que não resultaram em denúncias, o que consideram um passo necessário para reduzir o discurso de perseguição. “O Supremo deveria encerrar inquéritos que não resultaram em denúncia, mas prefere deixar todo mundo pendurado no anzol, o que só dá força ao Eduardo e ao Paulo Figueiredo”, disse um aliado de Bolsonaro com trânsito no meio jurídico.
As discussões giram principalmente em torno de dois processos: o das joias sauditas e o inquérito das fake news, abertos para investigar ameaças e ofensas contra integrantes do STF. Ambos são conduzidos por Alexandre de Moraes, alvo direto das críticas e das tentativas de sanção internacional.
Para os aliados, o prolongamento desses casos fortalece o discurso de vitimização política e alimenta novas ofensivas do grupo bolsonarista no exterior.

Apesar das tentativas, ministros do STF afirmam que não existe disposição para concessões. Segundo fontes próximas à Corte, a ideia de “pacificação” não avança porque a postura de confronto do entorno de Bolsonaro inviabiliza qualquer gesto institucional.
Em dezembro, Moraes prorrogou por mais 180 dias o inquérito das fake news para aprofundar as investigações sobre o chamado “gabinete do ódio”, estrutura que operava no Palácio do Planalto. O ministro também mantém Bolsonaro em prisão domiciliar no caso que apura coação no curso do processo da trama golpista, no qual o ex-presidente ainda não foi denunciado. O caso segue sob sigilo.