
Em mais de 120 anos de história, o Prêmio Nobel nunca premiou um brasileiro, embora alguns cientistas e escritores tenham chegado perto da conquista.
O físico César Lattes foi o mais próximo de alcançar o reconhecimento internacional, com sete indicações entre 1950 e 1956. Ele integrou a equipe da Universidade de Bristol que descobriu a partícula méson pi, essencial para os estudos da física nuclear. Embora o prêmio de 1950 tenha sido entregue ao britânico Cecil Powell, a descoberta é amplamente atribuída a Lattes, que publicou o artigo original na revista Nature em 1947.

Neste ano, o escritor Milton Hatoum surgiu entre os cotados ao Nobel de Literatura, segundo o site britânico NicerOdds.
O autor amazonense, membro da Academia Brasileira de Letras, aparece ao lado de nomes como Isabel Allende e Haruki Murakami, com chances estimadas em 24/1.
O vencedor será anunciado no dia 9 de outubro e receberá 11 milhões de coroas suecas (cerca de 1,2 milhão de dólares). A presença de Hatoum na lista de apostas reforça a visibilidade da literatura brasileira em um dos prêmios mais prestigiados do mundo.
Na área médica, Manoel de Abreu recebeu três indicações ao Nobel de Medicina (1946, 1951 e 1953) pelo desenvolvimento da abreugrafia, exame que revolucionou o diagnóstico da tuberculose.
O sanitarista Carlos Chagas também foi indicado, em 1913 e 1921, após descobrir todo o ciclo da Doença de Chagas e realizar pesquisas sobre a malária. Suas descobertas marcaram a medicina tropical e consolidaram o papel do Brasil na pesquisa científica internacional.
Outro nome de destaque é o físico Mario Schenberg, indicado ao Nobel de Física em 1983. Reconhecido por suas contribuições à astrofísica e à física teórica, Schenberg trabalhou com cientistas de renome como Enrico Fermi e George Gamow. Sua produção científica o colocou entre os maiores físicos do século XX e ajudou a projetar o Brasil no cenário acadêmico global.
A agrônoma Johanna Dobereiner também foi indicada ao Nobel de Química, em 1997, por pesquisas que transformaram a agricultura mundial. Ela foi responsável por estudos sobre fixação biológica de nitrogênio, que contribuíram para a produção de soja e reduziram o uso de fertilizantes.
Já o químico Otto Gottlieb foi indicado em 1999 por trabalhos sobre a estrutura química de plantas brasileiras, fundamentais para a conservação ambiental.
Outros brasileiros chegaram a ser cotados, mas não formalmente indicados, como o médico Vital Brazil, fundador do Instituto Butantan, e Oswaldo Cruz, responsável pelas campanhas contra a febre amarela e a varíola.